O movimento de resistência islâmica Hamas disse na quinta-feira que a eleição do direitista Ariel Sharon para o cargo de primeiro-ministro de Israel deu aos árabes uma "grande chance" para deixar de lado as conversações de paz e iniciar a Jihad (Guerra Santa) contra o Estado judaico. Mousa Abu Marzouk, um membro-chave do Hamas e que no passado já promoveu uma série de ataques sangrentos contra alvos israelenses, disse que o grupo irá se preparar para uma guerrilha contra Israel. Em entrevista ele afirmou esperar que Sharon dê mais liberdade aos assentamentos judaicos para que ataquem os palestinos e use mais força para combater os cinco meses de levante palestino contra a soberania de Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. "A eleição de Sharon é uma prova de que os israelenses estão partindo para o extremismo. A sociedade de Israel demonstrou que apóia os massacres árabes em Sabra e Shatila promovidos por Sharon", disse Abu Marzouk.
Ele estava se referindo a dois campos de refugiados em Beirute, onde centenas de palestinos foram assassinados por aliados da milícia cristã-libanesa de Israel durante a invasão dos judeus no Líbano. Uma investigação feita por Israel mostrou que Sharon, ministro da Defesa na época, foi considerado indiretamente responsável pelo ocorrido. "A eleição de Sharon representa uma grande chance para os árabes reconsiderarem suas políticas e abandonarem o processo de paz que não lhes deu nada em 10 anos de negociações", afirmou Abu Marzouk.
"Os árabes deveriam adotar a Jihad e a resistência porque Sharon não é um homem de paz, assim como todos os outros israelenses", acrescentou. O Hamas se opõe ao acordo de paz entre palestinos e israelenses assinado em 1993, que deu aos palestinos uma limitada autonomia na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
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