Apesar do gesto do presidente palestino Yasser Arafat voltado para tentar frear a escalada de violência no Oriente Médio, o exército israelense matou nesta quarta-feira oito manifestantes palestinos durante o Dia da Independência. Em campo, o Dia da Independência - que comemora a proclamação simbólica por parte da OLP de um Estado palestino no exílio, a 15 de novembro de 1988 em Arge - foi uma jornada particularmente sangrenta.Oito palestinos morreram atingidos por disparos de soldados israelenses, com o que sobe para 231 o número de vítimas, a maioria de palestinos, desde que começou a Intifada, a 28 de setembro. Esse número contempla também 24 mortos israelenses, entre eles 12 civis e 12 soldados.
Seis palestinos morreram na Cisjordânia - em Jenin, perto de Hebrón, em Jericó, em Kalkilya, e em Tulkarem - enquanto que dois palestinos morreram em Karni, ponto de passagem entre a Faixa de Gaza e Israel. Além disso, outros 40 palestinos ficaram feridos.
Paralelamente, em Jericó, Cisjordania, o enviado especial americano para o Oriente Médio, Dennis Ross, se reuniu com um dos principais negociadores palestinos, Saeb Erakat.
Na noite desta quarta-feira, hora local, o primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, presidiu uma reunião do gabinete de segurança israelense em Jerusalém, para debater a implementação de novas medidas que enfrentem o recrudescimento dos ataques contra israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Na madrugada desta quarta-feira, Arafat havia ordenado que cessassem os tiros contra alvos israelenses a partir dos setores sob seu controle e de todas as zonas habitadas nos territórios palestinos, afirmou à AFP um alto dirigente palestino que pediu para não ter o nome divulgado.
Mas os disparos palestinos em Ramalá e perto de Belém, mostravam claramente que a ordem dada por Arafat não havia dado frutos.