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Militares russos são acusados de mentir sobre acidente

Sexta, 18 de agosto de 2000, 14h58min
Técnicos e comentaristas russos declararam hoje que os militares russos mentem ou escondem a verdade sobre o acidente com o submarino Kursk para salvar seus postos, como se estivessem na época da extinta URSS.

O acidente com o submarino nuclear russo aconteceu sábado passado, mas só foi divulgado na manhã de segunda-feira. Além disso, em várias oportunidades, a marinha divulgou avaliações contraditórias sobre as reservas de oxigênio, anunciando algumas vezes que elas se esgotariam no dia 18 de agosto e, outras, no dia 26.

"Os militares mentem, como estão habituados desde a época soviética", denunciou o analista independente sobre questões militares Pavel Felgenhauer.

"O comando da frota ou consulta adivinhos ou desinforma voluntariamente", destacou indignado hoje o diário Izvestia.

Os militares também rejeitaram obstinadamente durante dois dias os oferecimentos de ajuda ocidental, quando "sabiam muito bem que não podiam solucionar o problema sozinhos", destacou por sua vez o jornal Nezavissimaia Gazeta.

"O comportamento dos militares é indigno. O medo de serem punidos pelo presidente (Vladimir Putin) paralisa todas suas capacidades de reflexão e de tomada de decisões", acusou Alexandre Golts, analista militar da revista Itogui.

Recordou as declarações do comandante da marinha russa, almirante Vladimir Kuroiedov, que segunda-feira admitiu que "a situação era grave" e "muito frágeis as possibilidades de êxito", mas rejeitando ao mesmo tempo a ajuda da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

"Os militares realizam paralelamente a operação de salvamento da própria reputação, o que se converte em algo mortal para a tripulação do submarino", acusou o Izvestia com a manchete: "a mentira sobre a tragédia do "Kursk" afunda a reputação dos militares".

A opinião pública e as famílias dos náufragos têm a impressão de que o comando lhes oculta informações. O presidente Putin, que em geral sempre é o primeiro a se apresentar na mídia, em cada situação de crise, só apareceu ante as câmaras uma vez, quarta-feira, para dizer que a situação era "crítica". Não interrompeu as férias no mar Negro, e decidiu voltar a Moscou apenas sexta-feira, depois de ter sido amplamente criticado pela imprensa.

O comandante da Marinha, almirante Vladimir Kuroiedov, falou com a imprensa no primeiro dia do drama, mas logo confiou a comunicação a seu porta-voz Igor Dygalo.

A imprensa acha estranho como um simples capitão tenha herdado uma tão grande responsabilidade.

A localidade de Vidiaievo, onde se reuniram as famílias dos náufragos, assim como a cidade de Severomorsk, base naval da frota russa, foi fechada à imprensa.

"O reflexo soviético - esconder a informação - não desapareceu nos últimos dez anos: no momento da tragédia, quando as carreiras estão em jogo, eles (os responsáveis) repetiram o que fizeram por ocasião da tragédia de Chernobil", ocultando primeiro e minimizando depois as conseqüências, acusou o Izvestia.

Copyright 2000 AFP

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