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Marinheiros do Kursk voltarão para casa vivos ou mortos

Sexta, 18 de agosto de 2000, 00h36min
Correndo contra o tempo, equipes de resgate russas fizeram nesta quinta-feira esforços desesperados para alcançar 118 marinheiros presos num submarino avariado, ao mesmo tempo em que equipes estrangeiras com equipamentos de alta tecnologia começavam uma viagem torturantemente lenta até o local do desastre que só será concluída no fim de semana. A Marinha informou nesta quinta-feira que os tripulantes do Kursk voltarão para casa, vivos ou mortos.

De acordo com a Marinha, não havia sinais de vida a bordo do Kursk, e uma filmagem do submarino nuclear indicou que uma explosão causou extensos danos, desde a proa até a torre de comando, sugerindo que a maioria dos tripulantes não teve tempo de escapar.

Os danos são muito maiores do que se pensava inicialmente, disseram oficiais. O vice-primeiro-ministro, Ilya Klebanov, afirmou que existia "um terrível buraco" no estibordo do Kursk. Ainda de acordo com Klebanov, alguns dos 118 marinheiros a bordo do submarino não tiveram tempo de escapar "de uma catástrofe que aconteceu na velocidade da luz".

Enquanto isso, o oceanógrafo Alexander Podrazhansky, piloto veterano de embarcações subaquáticas, disse que os sobreviventes podem ser envenenados pelo excesso de ácido carbônico (formado pela dissolução de dióxido de carbono em água) no ar - o que pode causar alucinações e desordens mentais -, além de sofrer um colapso nervoso após passar dias na escuridão, informou a agência de notícias ITAR-Tass.

Autoridades russas ainda não sabem exatamente o que ocorreu com o Kursk nem a provável seqüência dos acontecimentos. Fala-se, por exemplo, que houve uma ou mais explosões na parte da frente do submarino. Mas Klebanov, falando após oficiais graduados terem revisado os esforços de resgate, disse que evidências sugerem que o Kursk bateu "num grande, pesado objeto", mas não entrou em detalhes.

O subcomandante da Marinha, almirante Alexander Poboi, afirmou ontem que pode haver oxigênio suficiente no interior do Kursk para manter a tripulação com vida por duas ou três semanas. Mas os equipamentos de oxigênio podem ter sido danificados ou destruídos, e Klebanov disse nesta quinta que "não se ouvem sons há um longo tempo" dentro do Kursk.

"Uma grande parte da tripulação estava na parte do submarino que foi atingida pela catástrofe, que ocorreu à velocidade da luz", afirmou Klebanov a repórteres em Murmansk, base da Frota Nortista Russa.

Oficiais russos têm oferecido diversas explicações para o que ocorreu, como a colisão com um navio, uma explosão interna ou contato com uma mina da Segunda Guerra Mundial. Não houve notícias de outras embarcações terem sido danificadas na região, e a Marinha dos EUA tem dito que seus navios não estiveram envolvidos no acidente.

O porta-voz da Marinha, capitão Igor Dygalo, disse que o Kursk, pousado a 108 metros de profundidade no fundo do mar de Barents, está lentamente afundando no lodo, o que aumenta as dificuldades de resgate. Ele afirmou que isso "não tem um impacto significativo na operação de resgate", segundo a agência de notícias Interfax, mas o submarino já está parcialmente virado, atrapalhando os trabalhos de salvamento.

Quatro cápsulas de resgate russas, trabalhando em turnos, não conseguiram ontem alcançar o submarino, que está parcialmente inundado. Fortes correntes marinhas impediram-nas de aclopar-se ao Kursk, e nuvens de lodo reduzem a visibilidade no fundo do mar a quase zero, segundo oficiais.

Depois de resistir por dias a ofertas de ajuda ocidentais, a Rússia voltou-se nesta quarta-feira para a Noruega e Grã-Bretanha. Depois disso, no entanto, passou-se quase um dia inteiro até que um navio norueguês levando um minissubmarino de resgate britânico partisse, e ele não deve chegar ao local da tragédia até a noite de sábado ou a madrugada de domingo.

Um segundo navio com mergulhadores noruegueses também está rumando para o local, mas as últimas estimativas são de que ele só chegará ao seu destino, na costa norte nas proximidades de Murmansk, no domingo.

Perguntado por que o minissubmarino britânico foi levado num avião russo para Trondheim, Noruega, 1.500 km do local do afundamento, ao invés de para a Rússia, Dygalo disse que o veículo de resgate necessita de um tipo próprio de navio de suporte. Autoridades britânicas citaram razões semelhantes.

Submarinos americanos que monitoravam as manobras navais russas quando o Kursk afundou detectaram duas explosões, disseram oficiais dos EUA que pediram para não ser identificados. A segunda explosão foi muito mais forte do que a primeira, acrescentaram.

Uma das hipóteses é que um torpedo explodiu, provocando uma explosão maior no compartimento repleto de torpedos. O Kursk pode transportar até 28 torpedos e mísseis anti-submarinos, cada um carregando ogivas pesando 450 quilos. Uma explosão envolvendo mesmo poucos torpedos teria conseqüências catastróficas.

Imagens do submarino examinadas nesta quinta-feira mostraram sérios danos na metade da frente do submarino, informou a Marinha. Aparentemente, também foi danificada a cápsula interna de resgate do submarino localizada na torre de comando, o que tornou impossível sua utilização, disse Dygalo.

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