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Até 70% dos marinheiros podem ter morrido na explosão

Quinta, 17 de agosto de 2000, 17h31min
Até 70% dos 118 homens a bordo do submarino nuclear russo Kursk podem ter morrido na explosão que provocou seu afundamento no mar de Barents, estimou hoje o porta-voz do grupo Jane's, especializado em questões de defesa, depois de ter visto imagens filmadas por socorristas russos. "Segundo o que sabemos do alcance das avarias, acredito que é improvável que toda a tripulação tenha sobrevivido", disse Paul Beaver. "É possível que de 30% a 40% da tripulação tenham sobrevivido depois da primeira explosão, se esta destruiu os dois primeiros compartimentos", acrescentou.

A situação a bordo do submarino é "praticamente catastrófica", disse por sua vez o primeiro-ministro russo, Mikhail Kasianov, citado pela agência Interfax, enquanto peritos russos do Instituto de problemas médico-biológicos moscovita diziam que os marinheiros poderiam morrer lentamente por asfixia em 24 horas.

A maioria da tripulação do Kursk estava provavelmente na parte da nave que sofreu violento choque no momento do acidente, declarou em Murmansk o vice-primeiro-ministro russo, Ilia Klebanov, encarregado do expediente do acidente. "Segundo os construtores do submarino, os tripulantes devem ter tido tempo suficiente para se abrigarem em compartimentos seguros", acrescentou o ministro.

Enquanto a epopéia do Kursk mantém toda a Rússia em suspense, Severomorsk, o porto de base do submarino no noroeste do país, estava estritamente vigiado hoje. A marinha protegia os familiares dos náufragos da imprensa.

Dois navios noruegueses com material de salvamento, entre os quais um minissubmarino britânico, estavam a caminho do mar de Barents hoje com a esperança de chegar a tempo de resgatar a tripulação do Kursk, encalhado desde sábado passado. O Seaway Eagle navega com uma tripulação de cem marinheiros, doze dos quais mergulhadores de plataformas petrolíferas do Mar do Norte.

O Normand Pioneer, um navio de apoio logístico para plataformas petrolíferas transformado em barco de salvamento - com área para aterrissagem de helicópteros e grandes guindastes - transporta o minissubmarino LR5 e uma equipe médica completa. Os dois navios chegarão sábado ou domingo a seu destino, no final de um trajeto de mais de 50 horas pelo norte da Noruega.

Nesta quarta-feira, a Rússia pediu oficialmente ajuda á Grã-Bretanha e Noruega para tentar salvar os marinheiros da nave, bloqueada a 108 metros de profundidade. O ministro alemão da defesa, Rudolf Scharping, anunciou esta quinta-feira ter proposto a ajuda da Alemanha para ajudar a salvar os tripulantes russos. "Se pudermos ajudar e se esta ajuda for desejada, então ajudaremos", disse Scharping em Laupheim (sul da Alemanha).

O ministro informou que a Alemanha propôs seus serviços, no contexto da OTAN, esclarecendo que a ajuda poderia consistir no envio de mergulhadores, outros esoecialistas e material técnico. A Suécia também propôs à Rússia "enviar um submarino de salvamento mas o governo russo não respondeu ao oferecimento até agora", disse à AFP um porta-voz da chancelaria sueca. "Os russos dizem ter a situação sob controle, o que não parece ser o caso", declarou Paula Burrau, porta-voz del ministério sueco da defesa, ao diário diario popular Aftonbladet.

A televisão do estado russo RTR retransmitiu as primeiras imagens diretamente do local onde está afundado o Kursk, mostrando um dos minissubmarinos que participarão da operação de salvamento. O mar, segundo esta reportagem, estava relativamente tranqüilo e as condições meteorológicas pareciam mais favoráveis que no começo da operação de resgate.

Os trabalhos de salvamento se intensificavam ao anoitecer desta quinta-feira, enquanto as possibilidades de sobrevivência da tripulação diminuiam a cada hora. As avarias causadas por uma explosão de forte potência no Kursk se estendem da proa à torre central do submergível, o que torna impossível usar a escotilha de saída situada na parte dianteira, informou um porta-voz do ministério britânico da defesa. Outra escoltilha de saída, situada na popa do submarino, está intacta, e é a que deve ser utilizada nas operações de resgate.

A marinha russa percebeu na noite de sábado que o submarino nuclear Kursk já não respondia, e a localizou na madrugada de domingo, informou oficialmente esta quinta-feira um correspondente da televisão estatal russa RTR a bordo de um dos navios de socorro.

Em Bruxelas, uma delegação da marinha russa considerou inútil qualquer ajuda ocidental suplementar, durante reunião com colegas da OTAN, segundo o porta-voz da Aliança Atlântica Frank Salis. "A parte russa recordou que aceitava toda proposta de ajuda, mas que achava que não seria preciso uma assistência suplementar depois de ter aceitado o apoio da Grã-Bretanha e da Noruega", segundo o porta-voz Salis, recordando que onze países membros da OTAN ofereceram ajuda.

Por sua vez, o ministério britânico da defesa (MOD), advertiu esta quinta-feira em Londres que a operação de salvamento do submarino será "lenta e difícil, mesmo que seja um sucesso". A missão do minissubmarino LR5 poderia durar até dois dias por causa das difíceis condições de intervenção e sua capacidade limitada, segundo um porta-voz do MOD.

O LR5 funciona com baterias elétricas e só pode embarcar dezesseis pessoas por vez, além de sua tripulação de três homens. Suas baterias duram no máximo dez horas, o que lhe permitiria fazer somente duas ou três viagens de ida e volta de cerca de quatro horas cada uma para o submarino, antes de voltar a recarregar as baterias no navio-mãe Normand Pioneer, segundo o porta-voz.

Aparelhos de respiração e regeneração de ar serão transportados durante a primeira viagem para o Kursk para permitir que os marinheiros russos - se ainda estão com vida - esperar seus respectivos turnos para voltar á superfície.

O minissubmarino levará ainda em sua primeira viagem três membros da marinha de guerra russa, que serão os primeiros a entrar no submarino avariado em busca de sinais de vida.

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Copyright 2000 AFP

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