A TV estatal russa RTR afirmou, nos primeiros relatos provenientes de um navio de resgate próximo ao local onde o submarino Kursk está, que parte da tripulação pode ter morrido no fim de semana, quando o submarino afundou depois de um acidente. Um repórter da RTR disse, hoje, que um filme feito por uma cápsula de resgate no fundo do mar Barents mostrou que o Kursk sofreu graves danos em sua parte dianteira. Ele afirmou que alguns dos 118 tripulantes podem ter morrido no acidente.
"A água entrou de repente e o centro de comando foi destruído rapidamente", disse o correspondente. "É uma notícia terrível. Com tanta água dentro do submarino, é impossível descartar mortes".
As tentativas de resgate feitas até agora falharam, e o oxigênio a bordo pode estar no fim.
A possibilididade de que muitos marinheiros tivessem morrido no momento do acidente que afundou o Kursk já havia sido levantada ontem à noite. A agência de notícias russa Gazeta, citando uma fonte não revelada do quartel-general da marinha russa, disse que 75 tripulantes poderiam ter morrido no momento da colisão ou explosão, quando quatro compartimentos da parte dianteira do submarino tiveram que ser vedados.
Especialistas da Marinha Britânica, que assistiram ao vídeo disseram que 70%, dos 118 homens a bordo do submarino, podem ter morrido na explosão que teria provocado o afundamento no mar de Barents. "Pelo que sabemos das avarias, acho improvável que toda a tripulação tenha sobrevivido", declarou Paul Beaver, porta-voz do grupo Jane's Defense. "É possível que de 30% a 40% da tripulação tenha sobrevivido depois da primeira explosão, se ela destruiu os dois primeiros compartimentos", acrescentou.
Hoje de manhã, o ministério britânico da Defesa confirmou a hipótese de que o submarino nuclear russo tenha afundado em seguida a uma "explosão de forte potência". Especialistas da Royal Navy viram um vídeo que mostra o Kursk apoiado num dos costados a 108 metros de profundidade. "Podemos dizer que houve uma forte explosão, pois os submarinos russos são construídos muito solidamente", declarou um funcionário britânico.
O Kursk e seus 118 marinheiros estão afundados lá desde sábado. Hoje, equipes britânicas e norueguesas estão a caminho, para tentar resgatar a tripulação, da qual não se recebem sinais desde a manhã de quarta-feira.
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