O risco de uma contaminação radioativa a partir do submarino Kursk, afundado a 100 metros de profundidade no mar de Barents, não pode ser excluído, se ocorrerem problemas de vazamento do calor residual de seu reator nuclear, segundo o Instituto francês de Proteção e de Segurança Nuclear (IPNS).Uma avaria do sistema de esfriamento do calor residual do reator do submarino, avariado desde sábado passado no mar de Barents (noroeste da Rússia), com 118 pessoas a bordo, criaria intranqüilidade "sobre a integridade do combustível e do confinamento da radioatividade", destacou o IPSN.
Os peritos do Instituto reconhecem que as informações disponíveis "não permitem estabelecer um diagnóstico confiável sobre o estado de segurança de seus reatores".
A nave é dotada de dois reatores de água a pressão do tipo "OK-650B" de uma potência térmica de 190 megavates cada um, que contém algumas centenas de quilos de combustível (urânio enriquecido). O submarino está encalhado a 110 metros de profundidade e inclinado em 60 graus sobre um de seus costados. O calor residual do coração do reator deve, em princípio, ser eliminado por um circuito de esfriamento de água, funcionando por convecção natural.
As autoridades russas destacaram que os reatores foram paralisados baixando as barras de controle (tubos de boro ou cádmio introduzidos no reator para regular, por absorção de neutrons, a potência fornecida) e por "envenenamento" do coração (por meio de uma solução a base de boro, que detém a fissão).
Segundo um balanço oficial, antes do "Kursk", outros seis submarinos soviéticos naufragaram entre 1961 e 1989 a grande profundidade, de 2 mil a 5 mil metros. A esta profundidade a subida da radioatividade é lenta, da ordem de 30 metros por ano, e a dissolução da própria é grande.
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