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Brasil ocupa lugar de destaque em pesquisa genética

Segunda, 26 de junho de 2000, 05h34min
Em pouco mais de dois anos, o Brasil saiu da pré-história da pesquisa genética para tornar-se o primeiro país do Hemisfério Sul a contribuir com o Projeto Genoma Humano (HGP). Graças à iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o País conseguiu, em tempo recorde, não apenas dominar as principais estratégias de seqüenciamento do DNA disponíveis no mundo, como ainda produzindo informações totalmente novas para o banco de dados do HGP.

Mais: a estratégia Orestes (abordagem desenvolvida no Brasil) deve tornar-se vital para o próximo passo do Projeto Genoma - a identificação dos genes.

Eles representam apenas cerca de 3% dos 3 bilhões de "letras químicas" que formam nosso DNA, mas são a única parcela que contém a receita para a síntese das proteínas, constitutivas do organismo e responsáveis pelos processos metabólicos.

Em apenas sete meses, os brasileiros já identificaram mais de cem novos genes no cromossomo 22, o primeiro a ser totalmente seqüenciado pelo HGP.

Isso significa quase um quinto dos genes identificados no cromossomo por todos os outros cientistas do mundo.

O Brasil foi também o primeiro país do Hemisfério Sul a seqüenciar integralmente um ser vivo, a bactéria Xylella fastidiosa, o único organismo causador de uma praga agrícola já seqüenciado no mundo. A qualidade do trabalho foi reconhecida internacionalmente e, pouco depois, Estados Unidos e Austrália pediram a colaboração brasileira para seqüenciar bactérias semelhantes.

Xylella - Tudo começou com o Projeto Genoma Xylella, anunciado em outubro de 1997 e iniciado em maio de 1998 por 35 laboratórios do Estado de São Paulo, articulados, sob a batuta da Fapesp, numa rede virtual chamada Onsa (Organization for Nucleotide Sequencies and Analysis) - uma alusão à Tigr, empresa anterior de Craig Venter, presidente da Celera Genomics. O trabalho foi concluído em fevereiro, seis meses antes do prazo.

O sucesso da experiência animou a Fapesp a lançar, em 1999, mais três projetos de seqüenciamento genético: o da xanchomonas, bactéria que afeta os cítricos, o da cana-de-açúcar e, em parceria com o Instituto Ludwig, o Projeto Genoma Câncer, que pretende identificar e seqüenciar os genes responsáveis pelos tipos de câncer mais comuns no Brasil.

Interpretação - A estratégia de trabalho do Genoma Câncer, diferente das anteriores, permite seqüenciar apenas os genes, única parte do DNA que contém a informação para a síntese de proteínas. Isso ocorre porque o seqüenciamento é feito não a partir do DNA, e sim do RNA (ácido ribonucléico) mensageiro, que expressa apenas a parte do genoma que contém os genes. Com isso, o projeto obtém informação essencial para os cientistas do Projeto Genoma Humano interpretarem os dados que estão produzindo.

Dirigido por Andrew Simpson, do Instituto Ludwig, o Projeto Genoma Câncer já depositou mais de 400 mil seqüências de genes no banco de dados do HGP. Com o ganho de velocidade da pesquisa brasileira, prevê-se que até o fim do ano esse número atinja 1 milhão de seqüências, equivalente à quantidade já decodificada pelo National Cancer Institute americano.

Mas o Projeto Genoma brasileiro não pára aí. O Brasil também está investindo pesado para desvendar as funções de cada gene e pesquisar a estrutura das proteínas tridimensionais que cada um deles codifica, duas áreas de ponta da pesquisa genética mundial.

Por outro lado, a Fapesp anunciou na semana retrasada que investirá cerca de R$ 4 milhões no Projeto Genoma Estrutural, dedicado a estudar como as informações genéticas determinam a forma tridimencional das proteínas. Isso é essencial porque toda a construção dos seres vivos e seu funcionamento metabólico são determinados pelas proteínas e seus "encaixes" com outras moléculas. Por último, o Brasil tem feito grandes avanços na bioinformática, área fundamental para processar a colossal massa de informações que as pesquisas estão produzindo.

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O Estado de S. Paulo

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