A 12ª edição da Casa Cor Rio Grande do Sul volta no tempo e ocupa os antigos armazéns do Cais do Porto de Porto Alegre, com um condomínio de lofts às margens do Rio Guaíba. Além de aproximar a cidade do lago, o evento mostra as tendências dos arquitetos e designer de interiores gaúchos para a decoração. Separados há cerca de 30 anos pelo muro da Avenida Mauá, os porto-alegrenses têm agora a chance de atravessar a divisória, sentir o cheiro da água doce, mirar o horizonte de ilhas verdes e se aproximar dos imensos guindastes. O evento, que tem como tema Habitar o Tempo no Porto dos Casais e se realiza até o dia dois de novembro, apresenta cores intensas e contrastantes e a mistura do clássico com o contemporâneo.
Mais enxuta do que nos anos anteriores, a mostra gaúcha apresenta 31 ambientes em 2500 m² nos armazéns A e B, divididos pelo Pórtico Central, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A idéia do condomínio de lofts está em alta e revela também o novo tamanho da família, pequena e com vida prática. Todos os ambientes à beira do Guaíba abrem-se para uma calçada que exibe a imensidão da água. Varandas, com mesas, cadeiras, chaise longues e guarda-sóis convidam à contemplação do pôr-do-sol.
A iniciativa de recuperação de prédios antigos é comum na edição gaúcha de Casa Cor. Na década de 90, o Solar Palmeiro, uma mansão em estilo neoclássico localizada na Praça da Matriz, foi restaurada e hoje abriga a Secretaria Estadual de Educação. Há dois anos, o prédio Força e Luz, hoje Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, teve sua fachada revitalizada para o evento. Este ano, Casa Cor garante que a Cidade faça as pazes com seu rio, ou lago, como classifica a geografia. As operações comerciais no Porto estão suspensas até o fim do evento e após o encerramento serão transferidas para as margens do Guaíba, junto ao bairro Navegantes. Com isso, os armazéns passarão a ser locados para eventos culturais da iniciativa privada.