Lingerie moda íntima: Como funciona a fábrica da Hope

Tatiana Sisti

É fato. As mulheres aguentam tudo em nome da moda: cintura apertada, sapatos altíssimos, cabelos puxados... Mas, quando a questão em jogo é lingerie, elas sempre aliam a moda com o conforto.

Ir ao shopping e comprar peças lindas, modernas, sexy ou básicas é a parte mais fácil. Opções não faltam para todos os estilos, gostos e ocasiões. Apesar de parecer simples, como qualquer outra peça de vestuário e da moda, o processo de produção e fabricação é bastante cuidadoso, rico em detalhes e exige muita pesquisa e dedicação.

Para acompanhar o rápido andamento do mercado, a produção deve ser ágil. Desde a pesquisa até a peça modelo, passam cerca de 15 a 30 dias. A necessidade dessa velocidade é por conta dos lançamentos de novas coleções.

Há alguns anos eram feitas as regradas duas linhas por ano - primavera-verão e outono-inverno - mas, nos dias de hoje, são lançadas novas coleções mensalmente.

O processo é longo, praticamente uma engenharia, e uma peça passa pelas mãos de muitos profissionais. O Terra visitou a confecção da Hope, que fica no Bom Retiro, em São Paulo, e acompanhou a produção de um protótipo de uma calcinha e de um sutiã.

É no Bom Retiro onde todos os "babies" - como são chamadas as novas peças carinhosamente pelas profissionais - nascem. Estudo de tendências, cores, formatos, cortes, recortes, testes e uma única peça piloto são feitos lá. Em seguida, ela é enviada para a fábrica de Fortaleza, no Ceará, onde a produção é feita em massa e, depois, as peças são enviadas para as 95 franquias da marca.

Célia Bueno Trancho, estilista e modelista há 23 anos da Hope, acompanhou a reportagem no passo a passo da produção de uma calcinha e de um sutiã da linha New Lace. "Aqui o sonho se realiza. Trabalhar com lingerie é fascinante, parece que entra nas nossas veias e faz a gente se apaixonar", disse ela.

Célia acompanhou de perto as mudanças da moda íntima brasileira. "Quando eu comecei, em 1988, tínhamos uma linha de calcinhas básicas, em preto, branco e bege. Não demorou muito e as cores foram aparecendo para sutiãs também e começamos a fazer os conjuntinhos completos", falou.