Real Audio
Ver CD
Percus-sound

[ .ra ]

Minha Nostalgia

[ .ra ]

Mestre Giba

[ .ra ]



Um Prisma Chamado Dimas Sedícias Pouco conhecido no Brasil, onde lança primeiro disco, compositor tem música editada pelo arranjador de Frank Zappa e em trilhas de sucesso
 
por Gilson Oliveira
 

[ PRISMA ]         [ DESCONHECIDO ILUSTRE ]         [ BERÇO DE OURO MUSICAL ]


 
Nascido no dia 18 de abril de 1930 (uma "Sexta-Feira da Paixão"), Dimas Sedícias estava predestinado a ser um apaixonado. Por música. Para começar, em sua cidade natal, Bom Jardim, a cultura musical era, décadas atrás, quase tão prestigiada quanto outro tipo de cultura, a agrícola, uma das bases econômicas do lugar. Chegou a circular na cidade um provérbio que dizia mais ou menos assim: "É só abrir uma porta, e de dentro sai um músico".

A cidade era famosa tanto por suas bandas de música - que durante as apresentações praticamente dividiam a população em torcidas que nada ficavam a dever às dos grandes times de futebol de hoje - como pelos seus compositores. Entre esses, Levino Ferreira, autor de clássicos do carnaval pernambucano, a exemplo de "Último Dia", e do poema sinfônico "Cavalo Marinho", música que integra o repertório de grandes orquestras do mundo. De acordo com versões ainda não comprovadas, Levino possui músicas sacras incorporadas ao repertório do Vaticano.

Dizer que Dimas, em termos musicais, nasceu em berço de ouro, não seria, então, um exagero, sobretudo considerando-se que quase todos os membros de sua família possuíam intimidade com algum tipo de instrumento. "Aos domingos, a casa do meu avô Zuza, que foi professor de Levino Ferreira, parecia um grande festival, com sua orquestra particular formada por meus pais, tios e outros parentes. As minhas primeiras aulas, aos seis anos, foram dadas por minha mãe, Amélia Rosa, que tocava bandolim por música", relembra o compositor.

A educação de Dimas continuou sendo regida pela batuta da informalidade. Sua aprendizagem se processou, principalmente, através da convivência com figuras que, ao lado do maestro e compositor Nelson Ferreira, estão entre os artistas que ele mais admira no Estado: o saxofonista Felinho e os maestros Guedes Peixoto, Mário Guedes da Silva e Guio de Moraes.

Em 1958, depois de marcantes experiências, o compositor foi para a França, onde ficou até 1971. Nesse meio tempo, lançou dois discos em Paris. Num deles, Dimas Et Ses Cavaquinhos, fez, entre outras coisas, inspirados solos com um cavaquinho que lhe havia sido presenteado por Waldyr Azevedo, autor de "Brasileirinho" e outros clássicos da música popular brasileira.
 

Outras matérias
LEIA TAMBÉM:

  • Teca Calazans

  • Carlos Fernando

  • Dona Selma do Coco

  • Luiz Guimarães

  • Antúlio Madureira

  • Sa Grama

  • Nenéu Liberalquino