
Coletânea de relatos:: Página 2 - 3
Um dia, eu devia ter uns 10 anos, estava dormindo e de repente acordei com um homem sentado do meu lado acariciando minha cabeça, não tive medo, parecia um anjo, ai voltei a dormir.
Quando foi no outro dia estava vendo umas fotos com minha avó quando vi a foto de um homem, olhei pra aquela foto e vi que conhecia, foi quando lembrei que era o homem que tinha estado sentado na minha cama na noite anterior, ai falei com minha vó:
- Vó, esse moço esteve lá em casa ontem, e sentou na minha cama.
A minha avó olhou assustada e me disse:
- Mas esse moço é seu avó, não pode ter visto ele sentado na sua cama, ele morreu logo depois que você nasceu.
Fiquei assustada na hora, mas tinha a certeza de que era aquele homem que estava sentado na minha cama.
E o mais impressionante é que pouco tempo depois, minha mãe, sem saber de nada, me disse que meu avô um pouco antes de ir para o hospital, quando estava morrendo, me pegou no colo e disse que ia voltar pra me ver.
Foi então que tive a certeza de que era ele aquele dia sentado na minha cama.
Ana Flávia
No mês de abril deste ano, minhas amigas de sala de aula estavam com mania de ficar fazendo feitiçarias na hora do recreio. Até que um dia, elas resolveram fazer a brincadeira do copo. Elas estavam levando a sério, mas eu e meus colegas que estávamos assistindo, estávamos é gozando delas, falando que elas eram doidas e que o padre (diretor do colégio , pois o colégio era catótlico) não iria gostar que as alunas ficassem fazendo macumbas na escola. Elas, com raiva dos meus amigos, foram para outro lugar e levaram o copo (uma xícara de vidro). O sinal do fim do recreio tocou. Elas tentaram quebrar o copo mas não conseguiram, jogaram ele no cimento, no chão, pisaram nele, mas nada, o copo nem se arranhava. Até que elas tiveram a idéia de pedir para o espírito para deixarem elas irem embora, segundo elas o espírito deixou, então elas deixaram o copo jogado no chão. No final da aula, elas voltaram lá para quebrar o copo. Quando uma das meninas pegou o copo e o deixou cair na areia. O copo simplesmente desmontou, ele quebrou em centenas de pedacinhos, sem voar para o alto. Até hoje, as meninas falam que foi o espírito que estava no copo e depois que ele saiu, o copo ficou mais fraco. O que aconteceu? Será que era o espírito? Ninguém sabe responder.
Vinícius de Oliveira
Certa noite acordei na escuridão e quando olhei para o teto do quarto percebi a imagem de uma aranha, só que era vermelha e brilhante. Fiquei ali deitado olhando para ela quando resolvi me sentar na cama para ver mais de perto aquela estranha aranha. Quando me levantei, ouvi o som de algo que vinha com força em minha direção (como se fosse o ruído de um bambu rodando rápido para atrair morcegos à noite), senti algo bater eu meu rosto e com a força do golpe caí deitado na cama e com medo entrei em baixo do meu cobertor e não sai daquela "proteção" até o nascer do dia.
Seria um sonho? Realidade?
Quando acordei, ouvi meu pai por várias vezes perguntar se eu tinha saído de casa à noite e porque havia brigado, o porquê daquela marca estranha no meu rosto.
Minha mãe, mais atencionsa, me perguntou o que havia acontecido, contei-lhe todo o acontecido, ela simplesmente me disse que era a consciência e que mais tarde, quando eu tivesse mais idade, me contaria a verdade, minha mãe veio a falecer quando eu tinha meus 17 anos, infelizmente fiquei sem a resposta, mas me lembro muito bem que depois daquela conversa, quando fui ao banheiro lavar meu rosto e escovar os dentes, tinha no rosta a marca de uma mão com dedos ponteagudos feita em sangue pisado (como quando se bate com o martelo no dedo fazendo aquela marca de sangue vermelha escura), tive que ficar muito tempo sem ir pra escola e fazendo tratamento para remover aquela marca do rosto.
Então quando ver algo estranho a noite em local fechado, não se mova, apenas admire, pois o menor movimento pode ser interpretado de qualquer forma, e a reação não se sabe ...
Edgar Muriel
O Homem Ruivo
Quando era pequena, eu não tinha medo algum de escuro, acordava de noite e ia ao banheiro ou ia tomar água sem acender uma luz. Depois que comecei a ouvir estórias de terror que meu primo me contava, passei a desconfiar do ruído que a porta fazia, de cachorros latindo de noite, então comecei a dormir de porta aberta, pois assim meu quarto não ficava tão escuro e, quando estivesse com muito medo, podia correr para o quarto da minha mãe, que era bem em frente ao meu. Numa noite ( eu com meus nove anos) deitei e fiquei olhando pra janela, esperando o sono chegar. Olhei para a porta. Fiquei pasma. Lá estava um homem ruivo, com cabelo de cuia, uma calça jeans e uma blusa chadrez (azul claro, azul escuro e branca); estava encostado na porta, com os braços cruzados, um pé na parede e olhando fixamente pra mim. Parecia um olhar irônico e ao mesmo tempo com raiva, com muita raiva. Pensei que estivesse imaginando coisas. Então esfreguei os olhos, olhei para a janela e depois para a porta novamente. Ele ainda estava lá. Não consegui gritar, ficara com medo da reação do homem. Não podia correr para o quarto da minha mãe, pois teria que passar por ele. Não sabia o que fazer!!! Estava quase começando a chorar, mas não chorei, tinha medo que ele ficasse bravo. Peguei a coberta e me cobri inteirinha, não deixei nem uma frechinha pra respirar. Comecei a ficar com falta de ar e respirava ofegante, mas permanecia imóvel. Rezei... rezei muito. Fechei os olhos para tentar dormir. Nem queria saber se ele já tinha ido embora. Estava com muito medo. Depois de muito tempo dormi. Este homem apareceu no mesmo lugar mais umas três vezes, e eu fazia a mema coisa. Depois que uma oradora foi rezar lá em casa eu parei de ver coisas por algum tempo. Continuo vendo vultos claramente, mas só vultos, às vezes sinto alguém ao meu lado e saio correndo, às vezes sinto alguém me observando, e quando estou subindo escadas, sinto alguém bem atrás de mim, colado nas minhas costas. Tenho muito medo. Hoje durmo com as portas fechadas para que ninguém entre.
Lara Daniela
As Amarras do Mal
Há 15 anos atrás, corria um boato acerca de um famoso quadro em que um menino, com cachecol escuro, aparecia chorando. Diziam que este menino que serviu de modelo para a pintura foi oferecido em sacrifício ao demônio pelo pintor e é por isso que ele aparecia chorando. Ainda sobre o boato, falavam que todos aqueles que tinham este quadro em casa deveria queimar para que o pacto fosse quebrado, e procedendo desta maneira apareceria a imagem do menino no meio das cinzas.
Acontece que lá em casa tínhamos este quadro e minha mãe muito religiosa, sabendo desta história, imediatamente providenciou a retirada do quadro da sala e falou que não ia mais colocá-lo em lugar algum, deixando-o isolado na dispensa.
Eu e meu irmão tínhamos o hábito de passear com o cachorro sempre de madrugada, por volta de meia-noite. Certa noite destas, passeando com o cachorro, eu comentei com ele à respeito do boato do quadro, aí ele disse:
- "Ricardo, vamos colocar fogo naquele quadro e ver o que vai acontecer?"
Não pensei duas vezes, fui em casa peguei o quadro, trouxe até à rua, peguei o álcool e uma caixa de fósforos. Colocamos fogo no quadro e esperamos para ver o que acontecia. A resposta foi: NADA!!!! Aí falei com ele:
-"Tá vendo só, tudo mentira, não acontece nada, não sei porquê as pessoas tem medo de colocar fogo neste quadro".
Mas quando estávamos indo embora, a pequena fogueirinha deu um estalo que nos chamou a atenção e voltamos nossos olhos para o que estávamos fazendo. VIMOS pelo que há de mais sagrado, a imagem do rosto da criança na fogueira, dando para ver com nitidez o formato dos olhos, do nariz, da boca e o rosto.
Ricardo Alexandre Brandão Silva
mais relatos | volta
|