"Battlefield 6 é o sucessor espiritual de Battlefield 3 e 4", diz diretor ao Game On
Vice-presidente da Ripple Effect e o diretor criativo de Battlefield deram mais detalhes sobre a influência para criar o novo game
O Terra Game On teve a oportunidade de entrevistar Christian Grass, vice-presidente e produtor executivo da Ripple Effect, e Thomas Andersson, diretor criativo de Battlefield, sobre Battlefield 6, em um evento sobre o game que ocorreu em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Na conversa, os dois experientes desenvolvedores falaram sobre a importância e a influência de Battlefield 3 e 4 sobre Battlefield 6, além da evolução da franquia.
Terra Game On: Primeiramente, muito obrigado por conceder esta entrevista. Falando sobre a franquia Battlefield, o último game, Battlefield 2042, foi lançado há quatro anos. Resumidamente, quais foram os aprendizados e experiências deste game que influenciaram em Battlefield 6?
Christian Grass: Logo que começamos o desenvolvimento de Battlefield 6, nós olhamos para todos os jogos anteriores, e decidimos que queríamos voltar aos tempos modernos, coisa que não acontecia há dez anos, e nos inspiramos em Battlefield 3 e 4, grandes games que entendemos que foram o auge da franquia e que nós adoramos. Eles serviram como inspiração não apenas pela era, mas por vários dos recursos presentes neles. Nós também buscamos inspiração em outros jogos da franquia, pensamos no que aprendemos com cada jogo, o que funcionou em cada um e no que construímos ao longo dos anos para criar Battlefield 6. Buscamos combinar tudo o que agrada aos jogadores, assegurar que destruição tática, grandes mapas e modos como Conquista divirtam os jogadores. Em resumo, reunir todo o DNA de Battlefield em um único pacote, com Battlefield 3 e 4 como principais inspirações.
Terra Game On: Como vocês mencionaram, houve uma grande ênfase em retomar a sensação deixada por Battlefield 3 e 4. Como foi o processo para resgatar a grandeza desses jogos?
Christian Grass: Essa é uma ótima pergunta, de fato são muitas coisas que envolvem a criação de um game como Battlefield, particularmente Battlefield 6. Novamente, nós nos inspiramos em Battlefield 3 e 4, mas para criar um game como Battlefield, não basta olhar para o passado, você tem que olhar para frente, modernizar as coisas. Battlefield 3 e 4 são ótimos jogos, mas foram lançados já há algum tempo, então muita coisa tem que ser modernizada, nós temos que pensar em como levar o game para um novo nível. Thomas e eu desenvolvemos Battlefield há 20 anos, então conhecemos muito bem o que deu certo em Battlefield 3 e 4, sabemos o que é a franquia e o que ela precisa. Então foi uma combinação entre o antigo e novo que levou à Battlefield 6.
Thomas Andersson: Sobre a idéia de voltar ao passado, ao que amamos, nós não podemos nos limitar a reproduzir o que deu certo, pois como o Christian falou, estes jogos (Battlefield 3 e 4) foram lançados há mais de 10 anos, os games como um todo se modernizaram, e hoje os jogadores têm outras expectativas. Queríamos confrontar noções estabelecidas de como certas armas e classes funcionavam. Se fosse o caso de fazer um remake, bem, Battlefield 4 ainda está ativo, então nós queremos evoluir as coisas. Então, Battlefield 6 é o sucessor espiritual de Battlefield 3 e 4, ele segue a linha desses jogos de 10 anos atrás e evolui.
Terra Game On: Ainda nesse sentido, como reunir em torno do mesmo game, os jogadores veteranos da época de Battlefield 3 e 4 com os que estão começando agora?
Thomas Andersson: Para mim tem tudo a ver com a qualidade do game, é se esforçar para colocar no game tudo o que achamos que os jogadores vão gostar.
Christian Grass: A gente se esforçou bastante para implementar um ótimo sistema de combate e movimentação que sejam fluidos e intuitivos. Esse sistema te faz sentir que você pode aprender fazendo, o que significa que alguém acostumado com jogos de tiro em primeira pessoa se adapta rapidamente à Battlefield, enquanto um iniciante tem condição de segurar a barra e ir melhorando. Muito trabalho foi necessário para implementar um sistema que lida com tudo isso.
Há também o sistema de classes, que é uma ótima maneira dos jogadores encontrarem seu melhor jeito de jogar. Por exemplo, eu não consigo competir com os mais jovens, que são mais rápidos que eu, mas em compensação sou um bom Suporte, então eu posso manter esse cara vivo para que ele garanta o placar do esquadrão. Dessa forma há muitas possibilidades, e o jogo não se resume a um jeito só de jogar, pois cada um pode fazer o jogo do seu jeito.
Outra coisa que fizemos bem também, além dos modos principais, são os modos menores como o Squad Deathmatch ou King of the Hill, que também têm o DNA de Battlefield. Então se você não é um jogador veterano, você pode experimentar vários modos de jogos. Houve uma grande atenção para atrair novos jogadores e fazê-los se divertir.
Terra Game On: Para encerrar, do ponto de vista histórico, Battlefield começou na Segunda Guerra Mundial, passou pela Guerra do Vietnã, enquanto os jogos mais recentes se baseiam em conflitos modernos. Essa é uma característica que veio para ficar? Ou vocês imaginam que futuros games possam voltar ao passado, ou haverá um modo futurista para Battlefield 6 em algum momento?
Christian Grass: Sobre Battlefield 6, nós focamos em um conflito moderno. Nós achamos que era hora de voltar à modernidade após conflitos históricos ou do futuro presentes em jogos anteriores. Nós estamos animados e esperamos que jogadores curtam bastante quando começarem a jogar o Beta Aberto na semana que vem. Com relação ao futuro da franquia, ainda não sabemos.
Thomas Andersson: Nós agora estamos completamente concentrados em Battlefield 6.
O lançamento de Battlefield 6 ocorrerá em 10 de outubro para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S. Mais detalhes neste link.
