A hora e a vez de GTA VI

Em breve, o mundo todo, não apenas o mundo dos games, vai parar, estremecer e suspirar: o primeiro trailer de Grand Theft Auto VI tem data para chegar.

Estou exagerando, mas não muito. Sam Houser, chefão da Rockstar Games, prometeu a divulgação do teaser "no início de dezembro", sem especificar dia e hora. Mas só isso já foi o suficiente para a internet entrar em parafuso. Foi apenas um textinho-release sem spoilers, mas bastou para se tornar a publicação sobre games mais curtida de todos os tempos no ex-Twitter. É claro que as ações da Take-Two, dona da Rockstar, dispararam imediatamente.

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A gente sabe que tudo o que gira em torno de Grand Theft Auto é cercado de superlativos, exageros, ansiedades, expectativas. Tem sido assim há mais de vinte anos, quando o primeiro GTA em 3D apareceu para mudar em definitivo as regras do que podíamos ou não fazer com um joystick nas mãos. Eu tinha 23 anos e achava que havia visto e jogado de tudo. Sabia de nada, inocente.

É difícil escolher o melhor, e as opiniões sempre vão divergir. Se GTA III (2001) exalava poder, violência e agressividade, Vice City (2002) evocava carisma, malandragem e sensualidade. San Andreas (2004), por sua vez, inspirava anarquia, bagunça e revolução. Foram tantas as sensações em um período tão curto de três anos. Favorito da massa (de acordo com o Metacritic), Grand Theft Auto IV (2008) acabou se levando a sério demais, mas tem lá seu valor. O maior deles foi fazer eu me apaixonar por um protagonista moralmente questionável (inclusive, saudades, Niko Bellic).

Grand Theft Auto V (2013), por sua vez, parecia querer resolver todas as limitações dos videogames de uma vez só. Não se alcança o top 3 de games mais vendidos de todos os tempos sem ter quilos e mais quilos de méritos, e se eu precisasse elencar todos aqui, esta coluna se tornaria uma reportagem. Basta dizer que o hype de GTA VI só é tão gigantesco hoje porque o jogo anterior já havia superado todas as expectativas dez anos atrás. E o que pode ser ainda melhor do que o game perfeito?

Se você me perguntar o que faria GTA VI ser perfeito, eu não saberia nem por onde começar. Minha imaginação já está muito longe, mas certamente a Rockstar sabe onde quer chegar. Sonhar é grátis, mas também dá para se basear no que já sabemos (de acordo com os vazamentos de 2022): a trama vai se desenrolar na já conhecida Vice City, veremos a primeira mulher protagonista da franquia, o modo multiplayer terá ainda mais ênfase e tudo ficará mais bonito e realista com um novíssimo motor gráfico criado pela Rockstar.

Na paralela, espera-se também que a inteligência artificial tenha um papel importante na criação das centenas de NPCs com quem vamos conviver durante a aventura. E que os relacionamentos afetivos entre os protagonistas poderão gerar ramificações alternativas na trama principal. Mais do que isso, é pura especulação.

A real é que não importa muito o que eu penso ou o que você deseja. O fato é que em breve (ainda em 2024, tomara), tanta espera, especulação e ansiedade chegarão ao fim. E se tudo correr conforme o esperado, os outros games finalmente vão encontrar e definir seus caminhos... tentando alcançar os limites superados pelo novo GTA. 

Que venha logo o Grand Theft Auto VI, para o mundo continuar a girar.

*O texto acima faz parte da edição mais recente da newsletter semanal Extra Level, assinada por Pablo Miyazawa. Para assinar gratuitamente e não perder os assuntos mais importantes do mundo dos games e da cultura pop, clique aqui.