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Análise: The Gunk premia a exploração, mas não vai muito além

Lançado apenas para plataformas Microsoft, jogo está no Game Pass

20 dez 2021 - 12h43
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Foto: Reprodução

Responsáveis pela franquia SteamWorld Dig, a desenvolvedora Image & Form Games se mostrou mais do que capaz em entregar games divertidos em um ambiente 2D. Entretanto, The Gunk seria a primeira aventura da empresa no campo dos jogos 3D. Neste caso, menos foi mais e a pouca divulgação (vulgo "hype") do jogo, talvez tenha contribuído para que The Gunk se tornasse a grata - e divertida - surpresa de fim de ano para os assinantes do Game Pass. Vale ressaltar que o game foi lançado de forma exclusiva para as plataformas da Microsoft.

No jogo, somos apresentados à Rani e Becks, uma dupla de catadoras espaciais que vagam pela galáxia em busca de materiais que possam ser vendidos por um bom preço. Neste cenário, elas acabam parando em um planeta que, inicialmente, parece abandonado. Entretanto, ao explorar o local, a dupla descobre que aquele lugar está dominado por uma gosma - gunk em inglês significa gosma, por isso o nome do game. A partir daí, as duas, além de explorar o planeta, passam a limpá-lo. Isso porque ao remover a gosma de um local, o mesmo ganha vida quando é "purificado".

The Gunk acerta onde Kena errou

Mundo de The Gunk é vivo e vibrante
Mundo de The Gunk é vivo e vibrante
Foto: Reprodução

Para quem jogou Kena: Bridge of Spirits neste ano, ao jogar The Gunk, a conexão será óbvia, uma vez que no game da Ember Lab, Kena purifica florestas dominadas por uma força do mal. Contudo, se uma das falhas de Bridge of Spirits é um mundo que muitas vezes parece bonito, mas sem muita vida, The Gunk acerta ao trazer um planeta vivo e pulsante. A sensação inicial ao explorar o local é um desejo por eliminar aquela gosma e ver o que aquela nova região purificada irá apresentar de novo.

Aliás, entrando neste aspecto, é necessário entender um pouco das personagens e, consequentemente, das mecânicas de The Gunk. No jogo, controlamos Rani, que é responsável por explorar os planetas enquanto Becks funciona como uma comandante que cuida da nave e de aspectos mais técnicos da exploração que Rani realiza. Aliás, a exploradora possui uma luva, que executa várias funções e pode ser melhorada, além de um dispositivo que analisa objetos.

É através destas mecânicas, da luva e do analisador, que The Gunk guia sua trama. E funciona em sua maior parte. Ao explorar a "flora" e fauna do local, você é naturalmente compelido a seguir o enredo para descobrir mais sobre aquele charmoso planeta. E é neste aspecto que The Gunk acerta onde Kena erro. Isso porque aqui nós queremos saber mais sobre o planeta, os personagens têm vida.

As protagonistas e o mundo

Você sente vontade de explorar e "limpar" aquele mundo
Você sente vontade de explorar e "limpar" aquele mundo
Foto: Reprodução

E falando em personagens, Rani e Becks funcionam, muito bem por sinal. As duas, através do rádio de comunicação, mantêm um contato próximo e íntimo mesmo estando à centenas de metros de distância. Aliás, é através dessa comunicação que o histórico das duas aparece de forma natural. Você passa a conhecer Rani e Becks e de onde vieram, isso facilita com que você mergulhe no jogo.

Além disso, o local também é atrativo, graças à ferramenta de análise de Rani. Através dela vamos conhecendo um pouco das plantas, animais e tudo que envolve aquele local colorido. Aliás, para um primeiro trabalho em 3D, a Image & Form está de parabéns. Mesmo com algumas limitações, o jogo entrega uma boa performance, realmente atraente. Tecnicamente isso também aparece em diversas mecânicas. Os puzzles do jogo funcionam bem e, apesar de não apresentarem um grau de dificuldade gigante, geram entretenimento. A atenção ao que é analisado por Rani e ao ambiente em seu entorno fazem diferença.

Nem tudo são flores

Ausência de tradução dos textos pode complicar a gameplay
Ausência de tradução dos textos pode complicar a gameplay
Foto: Reprodução

The Gunk não é um jogo para todos, isso é muito claro à medida que progredimos nele. E não de um jeito cult do tipo "sou superior ou inferior por jogar isso", mas em gameplay. O jogo premia a exploração, sendo este o seu carro chefe. Entretanto, é ao tentar agradar fora disso que The Gunk falha. Isso porque o jogo realiza tentativas de inserir mecânicas mais voltadas para a ação, mas que quase nunca funcionam. Por  exemplo, existem criaturas perigosas naquele mundo, mas não existe diversificação no combate à elas. Todos os momentos em que o jogo tenta mergulhar na ação, ele se torna monótono.

Além disso, mesmo que os puzzles do jogo sejam divertidos, aqui temos o caso clássico de protagonista tagarela inconveniente. Não me entendam errado, nas conversas de Rani com Becks, os diálogos são muito bem vindos e são um ponto positivo, como citado acima. Entretanto, nos momentos de puzzle, Rani é aquela protagonista que conversa sozinha e funciona como guia para o jogador.

Por fim, o que faz The Gunk tropeçar bastante no Brasil é a ausência de legendas ou qualquer localização para o país. Por se tratar de um game com exploração espacial e diversos termos "inéditos", a ausência de legendas pode complicar até os jogadores com um bom inglês.

No frigir dos ovos

Foto:

Se você curte um jogo que foca mais em exploração e uma criação de mundo - ainda que limitada por orçamento - The Gunk é uma boa pedida para o fim de ano. Entretanto, o jogo não é nada frenético e falha quando tenta apresentar mecânicas fora do campo de exploração. Logo, se você é daqueles que preferem uma experiência mais acelerada, este game não irá te agradar.

The Gunk foi lançado para PC, Xbox One, Xbox Series X/S e está disponível no catálogo do Game Pass.

Fonte: Game On
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