Globo investe pesado nos detalhes de época em 'Os Maias'

Domingo, 07 de janeiro de 2001, 12h01min

A equipe de produção de Os Maias poderia ser comparada a uma Torre de Babel. Além dos brasileiros e portugueses envolvidos (a minissérie é uma co-produção da TV Globo com a rede portuguesa SIC), o time ainda conta com um grupo de argentinos responsáveis pelo figurino, maquiadores iugoslavos e ingleses e atores ingleses e italianos. Tudo para que a história, prevista para ir ao ar em 48 capítulos, seja fiel à obra de Eça de Queirós.

Parte do orçamento de R$ 11 milhões foi gasto nas gravações feitas em Portugal, nas cidades de Lisboa e Coimbra. A equipe da Globo deslocou para o velho continente aproximadamente 95 pessoas na equipe de produção, além dos 26 atores envolvidos nas cenas. Antes de as gravações começarem, a Central Globo de Produções preparou uma espécie de 'intensivo sobre Eça de Queirós'. Durante várias semanas, todos os envolvidos com Os Maias tiveram palestras com especialistas sobre o autor, incluindo o arquiteto português Campos Matos e o historiador Nicolau Sevcenko.

A equipe de produção de arte da minissérie, coordenada por Yurika Yamasaki, caprichou nos mínimos detalhes. Cerca de 500 ramos de flores foram preparados para algumas cenas, entre dálias, rosas e crisântemos. Foram feitas cerca de 800 velas de cera, além de 200 archotes de vela, missais do século 19, terços e instrumentos musicais, a maioria de sopro, para a banda de 15 integrantes. Colchas de seda foram postas nas janelas, como era comum nas procissões da época.

Os cuidados com o figurino não ficaram atrás. Além do visual loiro de Ana Paula Arósio, o ator Fábio Assunção também precisou colocar lentes de contato na cor castanho-escuro, para esconder seus olhos verdes. Os cabelos também foram escovados para ganhar volume, e alguns fios foram pintados de grisalho, para dar um certo peso de idade madura.

As peças que compõem o figurino vão das tonalidades de folhas secas ao preto tinto. Para destacar os homens mais ricos, a equipe da Globo optou pelo uso de sobrecasacas, cartolas, bengalas, capotes, luvas e coletes.

Além de dar um toque mais realista às locações, o diretor Luiz Fernando Carvalho explica que a importância das filmagens em Portugal tem outro ponto a favor. "Acredito que ir a Portugal foi uma forma de imprimir um teor realista à minissérie e de aproximá-la do próprio Eça de Queirós".

Carvalho volta à TV depois de um período de quatro anos (seu último trabalho foi O Rei do Gado) e teve todo o cuidado na escolha do elenco. "Era fundamental selecionar um grupo que soubesse falar um texto como esse, que não fosse formado apenas de carinhas bonitinhas", diz.

Leia mais:
» Os Maias, que estréia nesta terça, conta uma história de amor e lágrimas
» Quem é quem: conheça os personagens da minissérie
» Confira a galeria de fotos
» Veja o resumo dos primeiros capítulos

Zero Hora

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