Entrevista

Conhecido por pular de lugares altos como plataformas de half pipes, Fabio Sleiman se deu muito bem em um giro pela Europa. De volta ao Brasil, deu, em entrevista ao Terra Esportes, uma série de dicas para os skatistas.

Como foi o giro pela Europa?
Fui no dia 18 de junho, pra competir na Dinamarca, Alemanha e República
Checa. Tinha vários Brasileiros, mas depois da República Checa a maioria
foi embora e ficamos apenas eu, o Urina e o Wolnei. Mas cada um foi para um lado. Eu fui para Itália, porque tenho parentes lá, e nós ficamos nos
falando por e-mail. Fomos convidados para correr um campeonato no Norte da França, o campeonato da Glub. O Wolney ficou em 1º, eu 2º e o Urina em 3º lugar.

Quando foi seu primeiro contato com o skate?
Eu ia sempre na casa de uma tia minha e lá tinha um vizinho que andava de skate e tinha um skate sobrando. Aí eu andava com o skate dele. Na minha rua, muita gente andava e eu usava o skate deles, mas o pessoal foi parando e eu continuei. Acordava às 5h da madrugada ia pra ZN, pra São Bernardo do Campo, pegava metrô, ônibus e ia andar de skate.

Quando foi seu primeiro campeonato como profissional?
Meu primeiro campeonato pro foi na Inglaterra, em 96.

Quais países você já conheceu pelo skate?
Holanda, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Itália, República Checa, Suíça, Franca e Dinamarca.

Fale um pouco sobre a preocupação cada vez maior com o profissionalismo no skate. Como rola o acordo com os patrocinadores?
No meu contrato com os meus patrocinadores eu não posso fazer algumas coisas. Por exemplo, se me der mal na minha volta, ficar nervoso e jogar o skate, posso tomar até
multa.

A união entre os skatistas é um diferencial na modalidade?
O skate, aqui no Brasil, já existe há 25 anos e é um esporte urbano. Você anda em uma escadaria, num corrimão, em uma praça. Andar sozinho é chato. Com um amigo é legal, porque se ele acerta uma manobra, você quer acertar a mesma manobra. E vice versa. Então rola um lance de união. E todo mundo gosta de campeonato porque é no campeonato que todo mundo acaba se encontrando, é muito legal.

Qual foi um momento seu no skate que ficou marcado?
O campeonato da França, que eu fiquei em 2º, foi muito legal. A gente em cima de um pódium e todo mundo aplaudindo, tirando foto. Mas, com certeza, um dos melhores foi o Half, que eu pulei de 99 e de 2000. Até hoje, se eu vejo uma foto, me arrepio.

Você falou do half que você pulou. De onde surgiu essa idéia de pular de lugares altos?
Eu sempre pulei de lugares bem altos. Gaps, umas escadarias e uns corrimões grandes e, nos campeonatos, desde iniciante e amador, eu sempre tentava inventar alguma coisa, ser criativo. Quando começaram os campeonatos de vert e street juntos, eu comecei a pensar de pular da plataforma do Half. Mas tem que estar muito consciente. Você tem que saber a velocidade que tem que pegar, onde vai cair, tudo certinho, porque é muito perigoso.

Quantas horas de treino você indica para quem quer se tornar atleta profissional?
Eu acho que o cara nasce com isso. O cara tem que andar de skate sem ficar encanado que tem que treinar uma, duas ou três horas, porque senão vira trabalho. Você estando com skate no pé já está
ótimo.

Que filme é este que você participou?
É o Durval Discos. Eu apareço bem no início. Sou cliente de uma loja de
discos. O filme está bem legal. A Rita Lee também participou. Vale a pena
conferir.

Ping - pong
Comida - massa.
Som - hardcore, um pouco de reggae e rap.
Um sonho - Ter conseguido chegar onde eu estou hoje e que eu continue andando para o resto da minha vida assim.
Outro esporte - acho muito loco tênis, mas não jogo.
Brasil - Falta de organização. Confira o vídeo.