|
Meninas superam preconceitos mas ainda é difícil viver de sk8 no Brasil, conta Giuliana Ricomini
Skate é esporte pra homem, certo? Errado. Desde os anos 60, as minas enfrentam preconceitos mas andam no carrinho, apesar das piadinhas dos caras. É o que conta a skatista profissional Giuliana Ricomini, 26 anos, skatista há 13. "As mulheres sempre estiveram, em menor quantidade que os homens, desde a década de 60", conta Giuliana.
A skatista acredita que o preconceito não é exclusivo dos skatistas. "Tem em todo lugar", disse, "mas no sk8 tem muitas meninas andando bem - e hoje tem produtos de skate só para meninas". Para Giuliana, o crescimento do número de meninas andando foi decisivo para diminuir o preconceito: "Quando a coisa envolve dinheiro, as pessoas têm que engolir, mesmo que não gostem. E foi isso o que aconteceu".
Mesmo com o crescimento do skate no país, as meninas ainda lutam contra dificuldades. "No feminino ninguém consegue viver só do esporte", conta Giuliana, que também dá aulas particulares de skate para poder se manter no carrinho. "Das minas que fizeram história no sk8 aqui no Brasil, acho que só eu fiquei no país, o resto foi para o exterior", disse Giuliana.
A skatista também critica os campeonatos mistos, onde as meninas disputam ao lado dos caras. "Acho isso uma palhaçada. Mulher e homem são fisiologicamente diferentes para você ficar fazendo competição para ver quem é melhor - acho ridículo".
Apesar das dificuldades, Giuliana diz que não se arrepende de, aos 16 anos, ter saído da casa dos pais e vindo para São Paulo aprender skate com Flávio Ascânio. "Foi uma experiência legal, aprendi bastante". E lembra, com saudade, do momento que nunca esqueceu no skate: "Foi quando eu desci o meu primeiro corrimão, lá no Parque Espacial. Não era grande, mas era o meu sonho desde pequena".
Raphael Dias/Redação Terra
|