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HISTÓRIA

Jogos de Munique
 
Países 121
Eventos 195
Esportes 21
Homens 6.065
Mulheres 1.058
Brasil 84 homens e 5 mulheres
Munique - 1972

  A Alemanha queria que os Jogos Olímpicos de Munique ocorressem da melhor forma possível. Com o sucesso do evento, o país pretendia atenuar a má impressão deixada nas Olimpíadas de 1936, em Berlim, quando Adolf Hitler tentou provar ao mundo uma pretensa superioridade da raça ariana.

A organização dos Jogos de 1972, segundo minuciosos cálculos dos alemães, consumiu 1,972 bilhão de marcos, ou mais de US$ 800 milhões. As cifras recheadas de zeros foram suficientes para a construção de instalações modernas e confortáveis. Mas o sonho alemão durou pouco. Acabou maculado pelo sangue de 11 integrantes da comitiva de Israel, assassinados por um grupo terrorista árabe chamado Setembro Negro. O crime, que paralisou as competições durante 24 horas, ocorreu no dia 5 de setembro. Havia expectativa de que o evento fosse encerrado, mas o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Avery Brundage, optou por continuá-lo.

Os organizadores quiseram concentrar o máximo de provas no mínimo espaço para evitar a dispersão dos atletas e do público. Mas enfrentaram uma dificuldade inusitada. Nas terras onde o estádio foi construído, em Oberwiesenfeld, morava um ermitão chamado Timofel Prokorov, proveniente da Rússia. Ele afirmava ter 2 mil anos de idade. A comissão organizadora da Olimpíada achava que não teria problema nenhum _bastaria despejar o velho e suas cabras. Não esperavam que a população de Munique, na época 1 milhão de habitantes, saísse em defesa do ermitão. A imprensa veiculava protestos gerais contra a decisão dos organizadores. Prokorov e suas cabras acabaram ficando nas terras.

Resolvido o impasse, começaram as obras. Durante três anos, noite e dia, 15 mil operários de 18 países deram forma a tijolos, ferros e concreto. O Estádio Olímpico apresentava uma inovação: um teto de vidro, em forma de tenda. Nele, não havia nenhum suporte intermediário. Também foram erguidas uma estação ferroviária e uma torre de televisão medindo 290 metros de altura.

A Alemanha se esforçou para mostrar que o país do pós-guerra tinha um novo espírito. Tanto que escolheu Munique, a capital do Estado da Baviera e uma das cidades mais bonitas do mundo, para sediar a Olimpíada. A paz era uma meta, e os soldados que vigiavam a Vila Olímpica não carregavam armas.

Na cerimônia de abertura, em 26 de agosto, houve muita alegria, música e cores e ainda surgiu o primeiro mascote numa Olimpíada de verão: Wald, um cachorro. Começou quando entrou uma carroça transportando 80 tocadores de tuba alpina e 25 scheffler, pessoas que pertencem a uma entidade tradicional de Munique. Eles se apresentam a cada sete anos para agradecer que a cidade tenha sobrevivido às pragas da Idade Média. Atrás da carroça, vinham as bandeiras dos países participantes e os atletas. Pela primeira vez na história olímpica, uma mulher, a alemã Heidi Schueller, fez o juramento dos atletas. Durante a cerimônia, houve uma homenagem aos mortos do campo de concentração de Dachau, na 2ª Guerra Mundial, construído a 30 quilômetros de Munique.

O encerramento, em 10 de setembro, teve a cerimônia alterada por causa dos trágicos acontecimentos. Uma banda militar tocou 'Because He Is a Jolly Good Fellow' (porque ele é um bom companheiro) quando Brundage desceu do pódio. Com 85 anos, leu pela última vez em duas décadas de mandato a declaração de encerramento dos jogos. Brundage sempre se caracterizou por suas idéias racistas. Concluída a homenagem, as luzes foram desligadas até brilhar apenas a pira que, pouco a pouco, foi se apagando ao som de clarins.

Depois de arriadas as bandeiras, surgiu um arco-íris formado por tubos plásticos inflados com gás hélio. No final, 1.200 bávaros, usando trajes típicos, surgiram na pista iluminada por tochas.

Mesmo que o governo evitasse falar em ruínas, os prédios da Vila Olímpica ficaram ociosos nos anos que se seguiram ao evento. Eram instalações inúteis, abandonadas e em decadência física. O estádio de equitação, por exemplo, até a próxima Olimpíada, de Montreal, só fora utilizado duas vezes: uma corrida de cães e uma exposição de pôneis.

Os 2.700 apartamentos que alojaram 10 mil atletas ficaram abandonados. Comentaristas radicais chegavam a sugerir que, em nome do bom senso, fossem dinamitados os monumentos olímpicos erguidos na cidade. Os imóveis ficaram à espera de compradores que não apareceram.

* Se a década de 60 termina sob a égide do conservadorismo, os anos 70 prometem um novo panorama político no mundo. Existe otimismo econômico, esperança de paz e conquistas sociais festejadas. Mudanças culturais são registradas, tais como a liberação sexual e comportamental, além de movimentos de contracultura.

* Em 1969, o homem vai à Lua. O americano Neil Armstrong torna-se o primeiro do mundo a pisar no solo da Lua. É o desfecho da corrida espacial, desencadeada no início da década de 60 entre a União Soviética e os Estados Unidos.

* A guerra fria entre as superpotências vive momento de descompressão. É assinado tratado de não proliferação nuclear (1970), que delineia um horizonte de paz.

* No Brasil, a Olimpíada de Munique coincide com o período do milagre, quando se contrasta significativo crescimento econômico com a permanência da miséria e o crescimento da desigualdade social. O período compreendido entre 1968 e 1970, assiste, no Brasil, à proliferação de movimentos guerrilheiros armados contra o regime autoritário. A contra-ofensiva do governo militar é de brutal repressão.

* Em 1971, os Estados Unidos iniciam política de aproximação com a China.

* O conflito do Oriente Médio alcança as Olimpíadas com o sequestro e morte de parte da delegação de Israel. A organização terrorista Setembro Negro, através do comando de oito palestinos, exige em troca dos 11 reféns israelenses a libertação de 200 Feddayns (guerrilheiros palestinos). Eles estão presos em Tel Aviv. Os sequestradores também exigem um avião para chegar até Cairo, no Egito. O governo alemão simula aceitar as exigências. Monta uma desastrosa emboscada no aeroporto, na qual morrem 11 reféns e cinco palestinos. As cenas de terror marcaram a Olimpíada.

 
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