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Leila Pereira é eleita 1ª presidente mulher do Palmeiras

Empresária era candidata única no pleito realizado neste sábado e sucede Maurício Galiotte no cargo mais eminente do clube

20 nov 2021 - 17h19
(atualizado às 17h28)
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A campanha de Leila Pereira entregou bonés, camisetas e máscaras para os associados neste sábado no clube social
A campanha de Leila Pereira entregou bonés, camisetas e máscaras para os associados neste sábado no clube social
Foto: Leila Pereira/ Twitter / Estadão

Leila Pereira é a nova presidente do Palmeiras. Sem adversários no pleito, a empresária dona da Crefisa e FAM, patrocinadoras do time alviverde, confirmou o que era esperado e foi eleita neste sábado, 20, para ocupar o cargo mais eminente do clube pelos próximos três anos. Ela se tornou a primeira mulher a presidir o Palmeiras e sucede Maurício Galiotte, que esteve à frente da agremiação nos últimos cinco anos.

Como candidata única no pleito, ela precisava obter mais de 50% dos votos entre os sócios presentes na eleição deste sábado, que começou às 8h e terminou no fim da tarde. Recebeu 1.897 votos entre os 2.141 presentes no ginásio poliesportivo do clube social (cerca de 88,6%) e foi eleita. Será a 40ª presidente do clube desde que foi fundado em 1914. Na Assembleia Geral de associados, foram habilitados a votar todos os titulares adimplentes com mais de três anos de matrícula.

Mario Giannini, ex-diretor do clube, enfrentaria Leila no pleito, mas a oposição desistiu de lançar um candidato. Sem conseguir se unir, a oposição preferiu não lançar um concorrente para não perder de larga vantagem nas urnas. O grupo ligado ao ex-presidente Paulo Nobre inviabilizou uma frente ampla, deixando o caminho livre para a dona da Crefisa e da FAM ser eleita.

A nova diretoria do Palmeiras será empossada no dia 15 de dezembro. O mandato tem duração de três anos. Leila terá como primeiro vice-presidente Paulo Buosi, único remanescente da gestão de Galiotte. Maria Tereza Ambrósio Bellangero, Neive Conceição Bulla de Andrade e Tarso Luiz Furtado Gouveia são os outros vices.

Inscrita na chapa "Palmeiras de Todos", que havia sido aprovada em outubro por 67% dos membros do Conselho Deliberativo, Leila Pereira começou sua campanha há algum tempo e sempre contou com a aprovação majoritária dos conselheiros, uma vez que venceu as duas eleições que disputou para conselheira. Foi a mais votada da história nas duas ocasiões, recebendo 248 votos em 2017 e 387 em 2021, ano em que foi reeleita.

Em sua campanha, Leila prometeu um "time vitorioso" para os próximos anos, "excelência em gestão", "transparência", "inclusão", "atenção ao sócio" e um "clube social moderno".

Mais do que essas bandeiras, em reunião com associados no início deste mês, a empresária manifestou a intenção de abaixar o preço dos ingressos, fortalecer o programa de sócio-torcedor Avanti e estreitar a relação com os torcedores, que passaram a se distanciar do clube, sobretudo, em razão da alto valor dos bilhetes para ir aos jogos no Allianz Parque.

Hoje, o torcedor tem de pagar R$ 80 pela entrada mais barata para assistir às partidas do Brasileirão na arena palmeirense, que não tem lotado como antes da eclosão da pandemia de covid-19. Ela também entende que o preço cobrado pela camisa do Palmeiras, fabricada pela Puma, pode ser reduzido.

A uma semana para o jogo mais importante do ano para o Palmeiras, a final da Libertadores contra o Flamengo, em Montevidéu, Leila não fala publicamente sobre reforços. Contratações para a próxima temporada e outros assuntos só serão discutidos após a decisão no Uruguai, mas o Estadão apurou que a nova presidente planeja trazer jogadores importantes.

A tendência é de que não cheguem muitas caras novas, mas a ideia é que se invista em qualidade, em atletas que sejam contratados para ser titulares e ocupar posições carentes do elenco. Um lateral-direito e um centroavante são as prioridades. A renovação de Felipe Melo também precisa ser discutida.

Antes de ser empossada, Leila enfrenta críticas provocadas por um possível conflito de interesses por ser presidente da Crefisa e da FAM e, agora, do Palmeiras. Ela afirmou reiteradamente que não vê "incompatibilidade" nessa situação e que se houver algum problema encaminhará o caso para o Conselho Deliberativo.

Até para evitar controvérsias, ela tratou de renovar em agosto passado o contrato de patrocínio com o clube por mais três anos, período em que comandará o clube. As suas empresas investiram cerca de R$ 1 bilhão na equipe desde 2015.

"É uma grande honra poder fazer parte dessa família e ajudar a construir essa história vencedora. Todos sabem que somos grandes anunciantes em mídia, mas nada se compara à camisa do Palmeiras", disse ela quando o acordo foi estendido. O Palmeiras recebe mais de R$ 80 milhões anualmente, podendo obter R$ 120 milhões com metas atingidas.

Mais sobre Leila Pereira

Presidente da Crefisa, do Centro Universitário das Américas (FAM) e gestora de outras 11 empresas do grupo, Leila Mejdalani Pereira tem 57 anos e é natural da cidade de Cambuci, no Rio de Janeiro.

Formada em Jornalismo e Direito, assumiu o comando da Crefisa em 2008. A vocação para os negócios, potencializada pelo incentivo do marido José Roberto Lamacchia, fez com que Leila entrasse no universo empresarial e se tornasse executiva.

O acordo de patrocínio, o maior do futebol sul-americano foi fechado com a Crefisa e a FAM pelo ex-presidente Paulo Nobre em 2015. O dirigente rompeu com Leila posteriormente, mas ela não desfez a parceria. Pelo contrário. Aproximou-se de Galiotte e da Mancha Alviverde, principal torcida organizada da equipe, reforçou alianças, se manteve presente na rotina do clube e preparou o terreno até se tornar presidente.

A empresária participou da reestruturação do Palmeiras e viu o investimento de suas empresas refletir nos títulos da Copa do Brasil de 2015 e 2020 e do Campeonato Brasileiro de 2016 e 2018, além das conquistas do Campeonato Paulista e da Libertadores, ambas em 2020.

Estadão
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