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Presidente do Fla fala em "fatalidade" e defende o clube

Presidente Rodolfo Landim afirma que rubro-negro quer dobrar valores de indenização praticados pela jurisprudência de casos semelhantes

24 fev 2019 - 14h25
(atualizado às 14h50)
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Em sua primeira entrevista coletiva após a tragédia no Ninho do Urubu, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, defendeu que o incêndio no alojamento que matou dez meninos das divisões de base foi uma "fatalidade". O dirigente não confirmou os valores das negociações para a indenização às famílias dos garotos, mas informou que a intenção é pagar em torno do dobro do verificado na jurisprudência de casos semelhantes, objetos de decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, concede entrevista coletiva na sede do clube na Gávea, no Rio de Janeiro, neste domingo (24)
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, concede entrevista coletiva na sede do clube na Gávea, no Rio de Janeiro, neste domingo (24)
Foto: Dhavid Normando / Futura Press

"O Flamengo teve alvará pra utilização do Ninho com módulos iguais aos que estavam ali, com licença emitida em janeiro de 2012. Poderia não ter um alvará naquele momento, mas já teve autorização para módulos semelhantes àqueles. Tenho zero de duvida que foi uma fatalidade", afirmou Landim, em entrevista coletiva neste domingo, na sede do Flamengo na Gávea.

Sobre a indenização, o dirigente deu a entender que a jurisprudência nesses casos registra valores abaixo do pedido em negociação com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ). "O Flamengo está sempre empenhado a chegar a um acordo o mais rápido possível com essas famílias", disse ele.

O incêndio, ocorrido no último dia 8, atingiu um contêiner usado como alojamento das categorias de base do futebol, no Ninho do Urubu. Ao longo da semana, algumas famílias de vítimas demonstraram descontentamento com a postura dos dirigentes do Flamengo e com os valores inicialmente oferecidos pelo clube.

Após uma reunião de conciliação entre famílias, autoridades e representantes do Flamengo, na última terça-feira, a procuradora Danielle Cramer, do MPT-RJ, informou que o clube ofereceu de R$ 300 mil a R$ 400 mil por família, enquanto as autoridades sugeriram R$ 2 milhões para cada.

Sigilo nos valores e descontentamento de famílias

Landim e um advogado contratado pelo Flamengo alegaram preocupações com a privacidade e a segurança das famílias para manter valores sob sigilo. Segundo o dirigente, os valores citados nas negociações seriam "um piso". Landim disse ainda que não é possível pagar "dez ou cem vezes o valor" da jurisprudência. Os casos usados como referência na jurisprudência "são situações mais próximas, casos de crianças sob a guarda de empresa ou de alguém" e não o incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, não seria um deles, completou Landim.

O presidente do Flamengo disse ainda que algumas das famílias que relataram descontentamento com a negociação estavam sob orientação de advogados particulares, enquanto o clube tem orientado os familiares a recorrerem à Defensoria. Landim frisou também que a posição do clube é de negociar os valores de indenização caso a caso, conforme a necessidade de cada família, em vez de firmar um acordo igual para todas elas.

"Mesmo não tendo chegado a um acordo no primeiro momento, não tivemos o objetivo de estabelecer uma indenização única", disse.

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