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Flamengo e sua torcida vivem dia apoteótico

20 nov 2019 - 17h10
(atualizado às 17h11)
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Choro de alegria, desmaios e até queda de um alambrado, sem nenhuma consequência mais séria. Tudo isso em nome de uma paixão incontida pelo Flamengo. Foi assim a quarta-feira, 20 de novembro de 2019, um dos dias mais marcantes da história de 124 anos do clube, capaz de levar multidões de torcedores às ruas do Rio para desejar boa sorte ao time, momentos antes do embarque da delegação para Lima, no Peru.

Desde o amanhecer até a hora de o avião decolar do Aeroporto Internacional Tom Jobim, às 16h28, a cidade registrou trânsito intenso, com congestionamento em vários locais.

Torcida do Flamengo faz festa antes de ida do time ao Peru.
Torcida do Flamengo faz festa antes de ida do time ao Peru.
Foto: Sergio Moraes / Reuters

A primeira manifestação de apoio à equipe, que vai decidir a Libertadores, no sábado, contra o River Plate, se deu do lado de fora do centro de treinamento do Ninho do Urubu, em Vargem Grande, zona oeste do Rio. Ali, cerca de 10 mil pessoas aguardaram, em estado de euforia, a saída do ônibus. Crianças acomodadas no cangote dos pais choravam, tamanha a expectativa pela presença dos jogadores.

Seguranças particulares do Flamengo tiveram trabalho redobrado para abrir espaço, em meio a milhares de torcedores que pulavam e cantavam, para viabilizar a passagem do ônibus. Por pelo menos um quilômetro, o que se via ali era uma escolta em vermelho e preto que lembrava, à distância, um ‘formigueiro humano’.

Quando finalmente o motorista do veículo conseguiu se desvencilhar daquela multidão, uma enorme carreata se formou atrás do comboio oficial – formado ainda por outro ônibus e vários carros da Polícia Militar. Seguiam todos para o aeroporto. Pelo caminho, moradores e transeuntes acenavam para os jogadores, com gestos de reverência semelhantes a festas de posse de presidentes da República.

Se milhares de torcedores ficavam para trás, havia outra multidão, maior ainda, à entrada do portão de cargas do Galeão, local por onde o ônibus ingressou no aeroporto. Com a chegada dos jogadores, sob vários cânticos de arquibancada, houve correria e surgiram bandeirões de mastro, o que não é mais permitido nos estádios. Fogos de artifício e sinais luminosos eram vendidos por ambulantes que faturavam graças à empolgação dos torcedores.

A concentração de gente ao redor do ônibus, então, impediu a circulação de muitas pessoas e pelo menos duas desmaiaram. De novo cercado por flamenguistas, o ônibus recebia pancadas ritmadas de quem estava ali para se despedir de seus ídolos.

“Eu nunca vou esquecer esse dia. Vou contar para meus filhos e netos que estive aqui”, dizia o mecânico Douglas Francisco Chagas, 21 anos, usando a camisa do Flamengo para enxugar suas lágrimas. “O Flamengo é amor maior, a razão da minha vida”, bradava Juliano Cesário Lopes, 27 anos, balconista de uma farmácia no centro do Rio.

Os seguranças mais uma vez sofreram bastante para ajustar a situação. Enquanto o ônibus se aproximava lentamente do portão, uma parte do alambrado da entrada de cargas do Galeão desabou sobre várias pessoas, atingindo jornalistas ali presentes para a cobertura do evento. Por sorte, houve apenas pequenos arranhões em dois deles, que continuaram o trabalho.

Mas a queda da grade quase provocou uma invasão na área. Foi quando policiais soltaram pelo menos duas bombas de gás lacrimogênio para conter a massa. Rapidamente, porém, a ordem se reestabeleceu no local.

Às 16h28, com transmissão ao vivo pela TV, o avião rubro-negro decolou. Curiosamente e isso talvez seja inédito na história da cidade e do futebol brasileiro, vários bairros do Rio registraram um foguetório tão logo a aeronave deixou o solo carioca. Se a ida para Lima foi desse jeito, não custa imaginar como deve ser a volta, na manhã de domingo, caso o Flamengo conquiste o título da Libertadores.

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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