Nem mesmo uma zebra como Turquia e Coréia do Sul na semifinal da Copa
do Mundo será capaz de impedir a entrada de Nenê na NBA. O pivô não só será
escolhido no draft desta quarta-feira, em Nova York, como pode ser um dos
primeiros na lista dos novatos.
Técnicos, olheiros, ex-jogadores e dirigentes norte-americanos já deram
seu aval. A projeção é que Nenê esteja entre os dez primeiros relacionados
na peneira universitária. A coluna, com base em especialistas do draft, já
havia alertado há tempos: o brasileiro é, no mínimo, o segundo estrangeiro
mais cobiçado entre os 29 times da liga norte-americana.
Este draft tem uma característica especial, que favorece Nenê. O
mercado de agentes livres da NBA é um dos mais fracos dos últimos anos. Há
poucos bons jogadores disponíveis, como Mike Bibby e Bonzi Wells. O resto é
resto mesmo.
Com isso, o grande investimento das equipes será tirar o melhor
proveito possível do draft. E um jogador como Nenê, forte, versátil e com
enorme potencial de desenvolvimento, é um prato cheio. Vai ser barbada!
O ex-jogador do Vasco fez testes ou se apresentou para quase todos
os times da liga. Não faltaram elogios e comparações. Denver, Phoenix,
Miami, Houston, Milwaukee, Cleveland, New York, Utah. Esses são apenas
alguns dos times que dedicaram atenção ao brasileiro.
Nem mesmo o fajuto contrato entre Nenê e o Vasco, que iria até 2003,
pode impedir a escolha. Como um clube que não paga salários há meses pode
reivindicar alguma coisa? É com base nisso que Nenê está confiante. E nem
mesmo a CBB ou a Fiba revelou qualquer indício de que possa intervir no
processo. Muito menos a CBB. É claro!
A presença de Nenê na NBA irá representar um salto enorme ao
basquete brasileiro. A atenção será maior, não só da mídia, como do público
em geral. Será uma atração, talvez muito maior do que aconteceu com Oscar
nos últimos anos.
O Mão Santa fez sua carreira na Europa, disputando campeonatos quase
sem nenhuma visibilidade no Brasil, na Itália e na Espanha. A NBA é
completamente diferente, com jogos transmitidos diariamente (pela TV por
assinatura), sem falar em sua inigualável importância.
O basquete brasileiro também precisa de Nenê, o que pode ajudar a
explicar a reação da CBB, que praticamente ignorou a chiadeira do Vasco. Um
jogador que irá despertar o interesse das crianças, carentes de ídolos no
esporte, e, acima de tudo, de novos patrocinadores. Afinal, Nenê é nome
certo em qualquer convocação da seleção brasileira.
Mais do que o próprio Nenê, o Brasil tem muito a ganhar com sua
presença na NBA. Será um show, e teremos o privilégio de assistir. Com
enorme prazer!
Do Big Phil para Felipão
E não é que Felipão foi buscar inspiração nas lições do gênio Phil
Jackson? O técnico da seleção brasileira de futebol pegou ensinamentos do
mestre zen da NBA para passar aos jogadores que estão em busca do penta na
Copa do Mundo.
Nada melhor. Phil Jackson é um dos maiores motivadores da história do
basquete. Ninguém é tão capaz de extrair o máximo de seus atletas. O Big
Phil do Los Angeles não só é exigente, como transforma sua liderança num
desafio para os jogadores. Foi assim que ele levou o Lakers a três títulos
consecutivos. É o tri inspirando o penta!