O Los Angeles Lakers está a uma derrota de mandar para o espaço a sua
hegemonia na NBA. E o Sacramento Kings está a uma vitória de impor um novo
reinado na liga norte-americana de basquete. A troca no trono está nas mãos
de um "anão": Mike Bibby.
O armador do Kings está dominando esta dramática série. Como ocorreu no
quinto jogo, ao acertar o arremesso decisivo a oito segundos do final, que
garantiu a vitória por apenas um ponto e a liderança por 3 jogos na 2 na
decisão da Conferência do Oeste.
Em todos os jogos, o Lakers penou para segurar o "baixinho". Bibby tem
uma jogada mortal, que tem dado certo frequentemente: ele sempre fica livre
para o arremesso graças ao bom trabalho de corta-luz, seja feito por Vlade
Divac ou por Chris Webber.
A jogada é manjada e é possível perceber quanto Bibby fará o arremesso
desde a saída de bola do Kings. Divac se posiciona na cabeça do garrafão e
atrai a marcação de um dos pivôs. Bibby dança na frente de Vlade e este
consegue bloquear a ação do armador do Lakers, normalmente o lento Derek
Fisher.
A arma mortal do Kings ainda tem uma alternativa. Se Bibby não
consegue o espaço para o arremesso, ele tem a opção de invadir o garrafão,
que fica com um pivô a menos (lembre-se: alguém precisa sair para marcar
Divac).
Muitas vezes, quem acaba pagando o pato neste tipo de lance é Shaquille
O'Neal. No quinto jogo da série, ele se enrolou com as faltas justamente
quando era obrigado a sair do garrafão. Estabanado, acabou pagando caro com
o excesso de infrações e foi excluído a cerca de cinco minutos do final.
Méritos para Rick Aldeman. O técnico que levou um banho de Phil Jackson
nos playoffs de 2001 está retribuindo a lição. Mesmo não tendo sido tão
eficiente no ataque como em outras séries, ele está dobrando o segundo
treinador com mais títulos na história da NBA.
Phil Jackson ainda não conseguiu desatar o nó tático que o Sacramento
amarrou desde a segunda partida do confronto. O Los Angeles tem sobrevivido
graças a Shaquille O'Neal e, principalmente, ao milagroso arremesso de
Robert Horry na quarta partida. Não fosse aquela cesta de três pontos, o
Lakers já estaria de férias.
E Jackson tem pouco tempo para descobrir a fórmula mágica e impedir o
reinado do Kings. A próxima partida será nesta sexta-feira, em Los Angeles.
O Lakers precisa vencer para provocar o sétimo e decisivo jogo, no alçapão
de Sacramento, no domingo.
O Kings, com um time mais ajustado e sem a pressão da eliminação, está
na boa. Conta ainda com um melhor plano de jogo. O Lakers está à beira do
precipício. Mais do que nunca, terá que abusar da força de Shaq e da
agilidade de Kobe Bryant (que falhou o último arremesso na madrugada desta
quarta-feira). Ou torcer para mais uma cena de Hollywood, como a
protagonizada por Robert Horry.