CAPA ESPORTES
 Últimas
 Mundial 2002
 Esportes TV
 Terragol
 Esportes Show
 Cartões
 Notícias por e-mail
 Chance de gol
 Futebol
 Fórmula 1
 Automobilismo
 Tênis
 Basquete
 Vôlei
 Surfe
 Aventura
 Mais esportes
 Colunistas
 Fale com a gente



Fernando Santos
Sexta-feira, 24 Maio de 2002, 01h26
terraesportes@terra.com.br

Oscar é uma criança


Quantas vezes Oscar já foi chamado de chorão ou bobalhão? Quantas vezes você já viu o cestinha em rios de lágrimas na TV, como em Indianápolis-87 ou Atlanta-96? Pode se chamar isso de raça, emoção, garra, vibração, heroísmo. No fundo, Oscar é uma criança de 44 anos.

O comportamento do Mão Santa lembra bem um menino que teve o doce roubado por um outro menino. Foi isso que Oscar sentiu na bagunçada falsa despedida da última terça-feira, em Ribeirão Preto. Talvez toda aquela confusão tenha tido pouca importância.

Durante meses, Oscar anunciou que iria deixar o basquete no último jogo do Flamengo pelo Campeonato Nacional. Após duas derrotas seguidas para o Ribeirão, ambas por ampla margem no placar, era quase uma certeza que o 21 de maio de 2002 ficaria marcado como o dia do juízo final. Seria o fim.

Não é fácil para um atleta que teve a vida inteira ligada ao esporte simplesmente, da noite para o dia, largar tudo. Uma virada traumática, que já afetou muitos esportistas. Como o maior jogador de basquete de todos os tempos, Michael Jordan, que por duas vezes desistiu da aposentadoria e está jogando até hoje (não se sabe, ao certo, se jogará amanhã, é verdade).

Muita coisa passou pela cabeça de Oscar naquela fatídica partida. Ele sempre foi tratado como um garotão, um adulto-criança. Não apenas porque adora visitar a Disneylandia. É o seu jeito. E assim ele cresceu e venceu, não apenas no basquete, como na vida.

Por isso, não há surpresa alguma em sua decisão de desistir da aposentadoria. Ninguém gostaria de terminar a carreira daquela maneira. No fundo, ninguém gosta de terminar a carreira. Ainda mais quando basta observar as estatísticas do atual campeonato e ver quem é o cestinha, mesmo perto de meio século de idade.

Mas nada justifica a atitude de Oscar, ao abandonar a quadra. Isso não se faz, é coisa de time de pelada, e da segunda divisão da pelada. E se ele tem algum problema com os juízes, e não é de hoje, que coloque em pratos limpos.

Foram feitas graves denúncias sobre um suposto esquema envolvendo árbitros e patrocinadores. Pois bem, está na hora de Oscar dar nome aos bois, ou vai ser mais um a ser processado por falsa acusação. Como escreveram alguns internautas que mandaram mensagens: onde estão as provas?

Se Oscar está empenhado numa campanha de moralização do basquete, ele precisa crescer, deixar de ser uma criança, e ser o primeiro a dar o exemplo. Apoios não faltaram. Só não pode ficar emburrando de jogo em jogo.

E por falar em internautas, coloco abaixo alguns comentários que recebi após a partida de terça-feira:

"(...)Ele (Oscar) mais uma vez mostrou ser uma pessoa egoísta! Colocou nos árbitros a perda de jogos que foram nitidamente na quadra, afinal foram as únicas partidas com diferenças elásticas nos placares, onde a equipe do COC se mostrou infinitamente superior.

Mas para mim, o pior de tudo é ele achar que todos estão sempre contra ele, é incrível!!!! Ele sempre é prejudicado, as pessoas sempre fazem falta nele, ele nunca faz falta...

Além disso, ficou claro o quanto é importante para ele ser o cestinha, pois nos jogos, na maioria das vezes tinham 2 ou até 3 jogadores marcando ele e devido a isso, algum "companheiro" de time obrigatoriamente deveria estar livre, mas ele nem se preocupava em olhar, simplesmente forçava a jogada, errava e aí de quem é a culpa, do juiz claro....

Mas fazer o quê???? Sempre foi assim, no Bandeirantes, no Mackenzie, no Flamengo... O pior são os atletas que se submetem a isso, pois além de não receberem a bola ainda não recebem salários... Mas vai ver se o salário dele está atrasado...."

Fabiano Iuquio Mori, São Paulo (SP)

"Oscar é odiado pela arbitragem, simplesmente porque Oscar usa de todos os recursos para jogar a torcida contra a arbitragem.

Um lance típico que aconteceu no jogo de terça foi o lance em que agarrou o seu marcador e caiu ao chão, mas o Vinhaes já conhece o truque e deu a sua falta.

Sempre que sobe para o arremesso se joga contra o adversário, e se a arbitragem não dá a falta faz escândalo, xinga a arbitragem com palavras de baixo calão e pressiona o tempo todo.

Imagino o desespero de árbitros mais novos quando vão apitar o jogo dele. As cenas que vimos no jogo de terça acontecem em todos os jogos.

Seu Oscar, seu Dedé e seu Miguel da Luz já são conhecidos por nós que somos do basquetebol e devem ser punidos exemplarmente. Se deve mudar o basquete, pode começar parando com esse show de baixaria costumeira."

Atilio Sbrana, Sorocaba (SP)

"Vergonha meus amigos é um colunista de um site respeitado como o do Terra querer falar coisas deste tipo de um jogador do nível de Oscar, que deve ser um orgulho para todos nós brasileiros, que vai ser homenageado como um dos cinco maiores jogadores da história do basquete, o maior cestinha de toda história do basquete com mais de 45 mil pontos."

Arthur Steiner de Moura

"O último jogo oficial de Oscar foi digno da maneira como ele vinha se comportando dentro de quadra há muitos anos. Sempre pressionando juízes, reclamando e inventando absurdas teorias conspiratórias para justificar a imcompetência de seu time. (como no último jogo contra o Uberlândia no Rio aonde, pra dizer o mínimo, agrediu verbalmente as pobres mesárias que lá estavam e lançou ridículas acusações de suborno aos juízes sobre o pivô do Unit, um modelo de profissional como o Vargas).

Aonde estão as provas? É impressionante como os meios de comunicação no Brasil nunca criticaram essas atitudes de Oscar. Sempre foram tolerantes com o mau exemplo que ele vinha dando.

Ele foi um grande jogador, um dos motivos pelos quais sou fã e praticante do basquetebol. Mas é muita cara de pau dele.

Assisti ao jogo de ontem (terça-feira) e achei normal. Os jogadores do Flamengo estavam visivelmente nervosos. O Dedé é o Edmundo do basquete. Extremamente talentoso, poderia ser titular da seleção. Mas é um cabeça oca. Não é à toa que Hélio Rubens o ignora nas convocações. Sempre se envolve em todas as confusões possíveis.

Só resta lamentar o fim da carreira de Oscar pelo que ele representou para o Brasil e torcer para que ele seja mais humilde daqui por diante."

Renner Solé, Uberlândia (MG)

A coluna está aberta aos internautas. Mande a sua opinião!

 

veja lista das últimas colunas

Juarez Soares Marcos Caetano Fernando Santos