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Juarez Soares
Sexta-feira, 10 Maio de 2002, 00h50
terraesportes@terra.com.br

A final da Copa do Brasil


Quem um dia já não gritou: “Aí, juiz ladrão.” Na última quarta, no Morumbi, a frase foi relembrada durante a vitória do Corinthians sobre o Brasiliense. Os poucos torcedores que vieram da capital federal reclamaram dos lances duvidosos: a jogada de Gil, que antecedeu o segundo gol do Corinthians, e um possível pênalti de Anderson sobre o jogador Carioca.

Os torcedores do Amarelão até que reclamaram com educação, compostura, dentro do universo do futebol, claro. Engraçadas mesmo foram as emissoras de rádio. Nessa situação, é feito um imenso carnaval por todos os que estão no estádio e por quem está longe, nos estúdios distantes do gramado.

Na verdade, o que acontece quando existem lances duvidosos, é mais ou menos corriqueiro. O locutor do rádio, levado pelo impulso, emoção ou experiência, grita dizendo se houve irregularidade ou não. Em seguida, chama o repórter que normalmente está atrás do gol. Logo depois pede a opinião do comentarista. Enquanto isso, o atento narrador procura saber o que disse a televisão, que tem o recurso do vídeo, com a repetição incessante dos lances.

Depois de todo esse procedimento, chega-se a um ponto de vista comum. Foi ou não. O juiz errou ou não. O comentário, a notícia é transmitida baseada na força poderosa da televisão. A TV falou ou mostrou, os outros vão atrás. Pior ainda. Quando a jogada duvidosa acontece no primeiro tempo, entra em cena essa maravilha da moderna comunicação: o telefone celular. Alguém avisa o técnico do time, que se julga prejudicado pelo veredicto da TV. De posse da informação, a gritaria é geral ainda no intervalo. Em outra situação, a reclamação é transferida para o final do jogo.

O juiz, que também é comunicado da sentença proferida pela televisão, apita o restante do jogo equilibrando-se em cima do fio da navalha. Depois há sempre uma invasão em campo. Guardas, empurra-empurra, aquele bafafá costumeiro.

Nesta quarta foi assim. Para mim, com o vídeo-teipe, imagens repetitivas e tudo mais, os dois lances não ficaram caracterizados como falta ou pênalti, mas a sentença sobre o juiz já foi decretada. De bom, sobrou a honestidade nas declarações de Gil Baiano e Maurício. Fica a luta, a discussão do homem contra a máquina. E o eco da galera: “Aí, juiz ladrão.”

 

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