CAPA ESPORTES
 Últimas
 Mundial 2002
 Esportes TV
 Terragol
 Esportes Show
 Cartões
 Notícias por e-mail
 Chance de gol
 Futebol
 Fórmula 1
 Automobilismo
 Tênis
 Basquete
 Vôlei
 Surfe
 Aventura
 Mais esportes
 Colunistas
 Fale com a gente



Fernando Santos
Quarta-feira, 08 Maio de 2002, 16h29
terraesportes@terra.com.br

Brasileiros no draft


Domingo, às 11h59, horário de Nova York, termina o prazo de inscrição no draft da NBA. Pela primeira vez na história, o Brasil, salvo imprevisto de última hora, terá dois brasileiros concorrendo por vagas: o pivô Nenê, forte candidato a ser escolhido ainda na primeira rodada, e o ala Marcelinho, que entra como azarão.

A situação de Nenê já foi explicada em colunas anteriores. Resta a ele encontrar o time certo. Mesmo realizando o sonho de 11 em cada dez jogadores de jogar no melhor campeonato do mundo, seria muito ruim se fosse escolhido por alguns times decadentes da liga, como Golden State, Chicago, Denver, Cleveland, Atlanta ou Phoenix, que estão entre os 13 primeiros no draft.

Mesmo entre os piores times do último campeonato, Nenê pode tirar a sorte grande. Já foi relatado o interesse do Miami Heat, do legendário técnico Pat Riley. Uma outra boa opção para o brasileiro seria o Memphis Grizzlies, que este ano foi um dos piores da temporada. Boa opção? Exatamente.

O Memphis acaba de contratar Jerry West, que é considerado um dos maiores gerenciadores de equipes de todos o tempos. Por muitos anos ele comandou o Los Angeles Lakers. Foi o responsável, entre outras, pelas negociações que envolveram as aquisições de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant. Espera-se que West, que também foi um dos maiores jogadores da história, transforme o Grizzlies da água pro vinho. E milagre é mesmo a sua especialidade.

Além de Miami e Memphis, Nenê ainda pode torcer por uma escolha do New York Knicks ou até mesmo do Los Angeles Clippers, um time que está em ascensão. Sem contar o Washington Wizards de Michael Jordan.

Um time estruturado daria melhores condições para a adaptação de Nenê. Do contrário, uma equipe em crise ou com remotas perspectivas de evolução pode até arruinar sua promissora entrada na liga.

A situação de Marcelinho é mais complicada. Ele não aparece em nenhuma das principais relações nos EUA com os jogadores estrangeiros mais cotados. O ala do Fluminense, porém, anuncia que tem marcado teste com o Portland Trail Blazers, equipe que já teve um brasileiro, o pivô Rolando, que jogou pouquíssimo e teve o contrato rompido após um mês.

Portland é um bom lugar para se começar na NBA. A equipe do milionário Paul Allen, um dos fundadores da Microsoft, tem uma estrutura invejável, que já foi considerada a melhor entre os 29 times da liga. Boas condições não faltam, talvez hoje sendo superadas apenas pela cobiça do Dallas Mavericks e seu também milionário dono, Mark Cuban.

O Trail Blazers tem apenas três escolhas no draft (21ª, 43ª e 51ª). A direção da equipe admite que está em negociações para conseguir pelo menos mais uma escolha, através da troca do ala Bonzi Wells. Isso, dentro do projeto de reformulação do time, que foi eliminado nos três últimos playoffs (incluindo o atual) pelo Los Angeles Lakers.

Marcelinho não tem a mesma projeção internacional de Nenê, que encantou olheiros durante a Copa América e o Goodwill Games de 2002, além de estar participando de vários programas de treinamento nos EUA, com a ajuda de um empresário de Cleveland. O que lhe garante a boa posição entre as projeções feitas. O jogador do Flu corre ainda o risco de desistir pela segunda vez consecutiva, como fez no draft do ano passado.

Ao contrário do ex-jogador do Vasco, Marcelinho provavelmente terá uma única oportunidade na escolha, que pode mesmo ser o Portland. E se o time ganhar uma opção a mais, então pode começar a sonhar alto.

Duncan MVP?

Não que a escolha seja injusta (segundo divulgou a ESPN). Tim Duncan está na elite da elite da NBA. Mas não premiar Jason Kidd como o melhor jogador da temporada só pode ser brincadeira.

Será, acima de tudo, um golpe, do qual o mesmo Tim Duncan foi vítima em 1999. Naquela meia-temporada, prejudicada pela greve patronal, "Dream" Duncan já arrebentava e merecia o título. Mas a NBA premiou Karl Malone. A resposta viria semanas depois, com a conquista do título pelo Spurs contra o New York Knicks.

Desta vez, tudo indica que se caminha para o mesmo pecado. Jason Kidd fez do New Jersey Nets, um timinho que ninguém dava valor, um dos principais candidatos ao título deste ano. Uma transformação feita por um homem só. Por mais que Duncan esteja jogando, e jogando muito, ele tem toda uma estrutura que, apesar de ter sofrido mudanças, se mantém desde o título de três anos atrás.

Kidd carrega o Nets nas costas, mas agora há pouco o que fazer. Os votos (de jornalistas norte-americanos) já foram computados, e o resultado sai nesta quinta- feira. Se a ESPN estiver certa, será uma pena.

 

veja lista das últimas colunas

Juarez Soares Marcos Caetano Fernando Santos