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Metanol: Problema nos bares de SP e nas Pistas da IndyCar

Causador de mortes em São Paulo, Metanol já assombrou a Indy com suas chamas invisíveis

2 out 2025 - 14h38
(atualizado às 15h38)
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Indycar durante os anos 2000
Indycar durante os anos 2000
Foto: NTT IndyCar Series / X

Nas últimas semanas, São Paulo registrou 22 suspeitas de intoxicação por metanol, com 5 casos confirmados e 5 mortes. As vítimas, incluindo homens de 45, 54 e 58 anos, consumiram bebidas alcoólicas adulteradas em bares da capital e de São Bernardo do Campo. 

Até o momento, a Polícia Civil apreendeu 117 garrafas sem rótulo, e a Polícia Federal investiga a origem do metanol, suspeitando de importações ilegais ligadas ao crime organizado. A Vigilância Sanitária recomenda verificar selos fiscais e evitar bebidas de fontes duvidosas. Sintomas de intoxicação incluem náusea, tontura, dor de cabeça, podendo evoluir para cegueira, convulsões ou morte.

O metanol, um álcool industrial, já causou grandes problemas no automobilismo, especialmente na IndyCar, onde foi combustível oficial de 1965 a 2006. 

Em 1965, a United States Auto Club (USAC) adotou o metanol como combustível após um acidente nas 500 Milhas de Indianápolis no ano anterior. Uma colisão na volta 2 entre Eddie Sachs e Dave MacDonald causou uma explosão de gasolina, tirando a vida de ambos. O metanol foi escolhido por sua baixa inflamabilidade, capacidade de ser extinto com água e alta octanagem, que permitia maior compressão em motores Offenhauser, Cosworth e Ilmor.

Apesar de suas vantagens, os riscos do uso do combustível não demoraram a aparecer. O metanol queimava com chama quase invisível, dificultando a identificação de incêndios.

Em 1981, nas 500 Milhas de Indianápolis, uma falha no abastecimento encharcou Rick Mears com metanol, que pegou fogo. Mears sofreu queimaduras faciais, precisou de cirurgia plástica e perdeu a etapa seguinte. Catorze pessoas foram internadas. No mesmo ano, na Michigan 500, outra falha no pit stop feriu 14 pessoas. Em 1996, um acidente múltiplo em Walt Disney World envolveu metanol, sem mortes, mas expôs riscos. Vapores causavam irritação nos olhos e pulmões, e contato dérmico gerava queimaduras químicas.

Para pôr fim ao “pesadelo do fogo invisível”, em 2005, a IndyCar iniciou a transição do metanol para o etanol, motivada por segurança e pressão da Ethanol Promotion and Information Council. Em 2006, usou-se uma mistura de 90% metanol e 10% etanol; em 2007, E100 (98% etanol, 2% gasolina para chamas visíveis). O etanol produzia chamas amarelas, era menos tóxico e menos irritante. A mudança também atendeu interesses agrícolas, promovendo biocombustíveis. Desde 2023, a IndyCar usa E85 (85% etanol renovável de resíduos de cana-de-açúcar).

Seja na adulteração de bebidas, que resultou em mortes e hospitalizações, seja em sua antiga aplicação como combustível na IndyCar, onde causou queimaduras e dificuldades no combate a incêndios devido à chama invisível, o metanol representa um risco significativo à saúde e à segurança. A transição para o etanol na IndyCar e as recomendações da Vigilância Sanitária reforçam a importância de medidas preventivas, como o uso de combustíveis mais seguros e a fiscalização rigorosa de bebidas, para evitar tragédias e proteger a população.

Parabólica
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