FIA não aceita pedido da Haas nos EUA, mas admite falha na fiscalização
Após reunião remarcada, FIA não considera pedido da Haas para o GP dos EUA. Mas admite falha na fiscalização dos limites de pista
Após a remarcação da reunião que analisaria o pedido de revisão feito pela Haas em relação ao GP dos Estados Unidos para esta quinta (9), os Comissários participaram de video conferência para fazer o efetivo tratamento da questão. Além dos Comissários, estiveram presentes membros da Haas, Aston Martin, FIA, Red Bull e Williams. Ferrari e McLaren enviaram representantes, mas somente para acompanhar como "partes interessadas".
Após escutar todas as partes, os Comissários julgaram o pedido da Haas não procedente. Algo que já era esperado. Porém, o documento que resume toda a ação é um pedaço delicioso de como é este tipo de reunião e temos que agradecer muito a quem fez a sua redação. A sua integra está disponível a seguir
A argumentação da Haas foi inicialmente feita questionando a não-punição a Alexander Albon por não ter cumprido os limites de pista na Curva 6 de Austin. A alegação também cita os carros de Logan Sargeant, Sergio Perez e Lance Stroll, que teriam cometido a mesma infração e também não haviam sido punidos.
Além disso, o representante da equipe americana cita que o Diretor de Provas (Niels Wittich) e o Diretor Desportivo de Monopostos da FIA (Nikolas Tombazis) admitiram na reunião com os Chefes de Equipe no GP do México de que a fiscalização da Curva 6 em Austin não era a ideal. Mas não trouxe mais nenhuma evidência para ser considerada, embora tenha citado as filmagens dos carros para sua argumentação.
Aqui começa o show...
O Diretor Esportivo da Aston Martin, Andy Stevenson, disse que acreditava que nao haviam elementos novos para avaliação e que vários testes exigidos pelo Código Desportivo não iam de encontro ao que poderia se considerar novas evidências. Além disso, elementos como filmagens internas e câmeras de circuito interno (CCTV) não eram evidências secundárias e foram apresentadas várias vezes a todos os times pela FIA como prova de que não eram os unicos elementos de controle dos limites de pista.
Stevenson ainda disse que, nada havia sido encontrando contra o carro 18 (Lance Stroll) e que sua conduta não deveria estar sendo avaliada de acordo com o Pedido de Revisão feito pela Haas. E se a equipe tivesse algo contra, que fizesse um pedido específico para o carro da Aston Martin. No que foi acompanhado por Jonathan Wheatley, Diretor Esportivo da Red Bull.
Wheatley ainda foi mais duro: disse que o exposto pelo Diretor de Prova e o Diretor Desportivo de Monopostos da FIA no encontro do GP do México era "completamente irrelevante" para este caso.
Após a exposição de todos os Comissários, o pedido da Haas não foi aceito por entender que a alegação não trazia nenhum fato novo que pudesse alterar a decisão tomada. Mas em uma parte, é feita uma verdadeira admissão de culpa.
No item 25 do documento, os Comissários dizem que as evidências que estavam disponíveis sobre o carro de Alex Albon não eram "consistentes" ou "acuradas" (grifo do documento) para poder punir o piloto. De acordo com os Comissários, os limites de pista são conferidos através de evidências de vídeo através de circuito interno de câmeras (CCTV) de adequada resolução para poder ver a posição do carro e a limitação. Só que a câmera da Curva 6 não atendida a este padrão e nem pegava a tangente da curva...
Como o sistema não permitia acurácia e consistência, os Comissários optaram por não punir Albon. Foi o famoso caso de "in dubio, pro reu". Ou seja, na dúvida o réu não pode ser prejudicado. Dessa forma, os Comissários admitiram que o sistema era falho e que melhores soluções teriam que ser encontradas para 2024.