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F1: em busca de mais dinheiro, Liberty usa medo e mais GPs

Com organizadores batendo na sua porta para sediar a F1, a Liberty Media busca meios de arrecadar mais, mesmo que tire provas tradicionais

10 abr 2023 - 15h20
(atualizado às 21h45)
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Domenicali é o homem com uma missão: aumentar a arrecadação da Liberty Media e arranjar espaço para mais provas no calendário
Domenicali é o homem com uma missão: aumentar a arrecadação da Liberty Media e arranjar espaço para mais provas no calendário
Foto: Twitter / divulgação

Não importa o dono. A F1 tem como objetivo sempre buscar aumentar suas receitas. E as últimas notícias que aparecem neste período sem corridas mostram como este mantra segue mais do que verdadeiro.

No atual acordo comercial da F1, praticamente metade das receitas obtidas pela categoria vão para as equipes. A Liberty Media tem mostrado bons números nos últimos anos e os acionistas têm gostado, obviamente. Porém, sempre é preciso mais...

A receita vinda das taxas cobradas pelos organizadores representa cerca de 35% do total. E mesmo na época de Bernie Ecclerstone, é uma das principais áreas em que a categoria contava para poder faturar mais.

Hoje, por regulamento, o máximo de provas que o campeonato pode ter é 24. Não é de hoje que a Liberty Media quer chegar a este número e trabalha para isso. Afinal de contas, mais provas, é mais dinheiro para o caixa.

A F1 atualmente voltou a ser valorizada e uma série de locais batem na porta querendo receber uma etapa. Isso inflaciona tanto a entrada de novas pistas como a permanência das atuais...

Não é à toa que Stefano Domenicali fala cada vez mais em rever o modelo de final de semana e incluir as Sprint Races como alternativa. O objetivo é aumentar a ação na pista e tentar aumentar a imprevisibilidade das corridas, além de oferecer uma contrapartida aos organizadores pelos altos valores pagos...

Mas a pressão dada por novos interessados e do caixa, vão deixando locais ditos “tradicionais” em uma situação de dúvida permanente. Monaco, que era um local dito como “intocável”, passou a pagar taxas, bem como Interlagos. Spa-Francorchamps está no calendário este ano por uma “compensação” pela “não-prova” de 2021 e está considerada em uma alternancia com Zandvoort.

Enquanto isso, vemos o Oriente Médio cada vez mais ansioso e endinheirado, bem como temos a China pronta para voltar. Neste final de semana, apareceu a notícia trazida pelo jornalista espanhol Pedro Fermin Flores que o Vietnã quer voltar a conversar para receber o seu GP, que estava previsto para entrar em 2020, mas a pandemia impediu. Posteriores acusações de corrupção prejudicaram tudo. Além do projeto da África do Sul que estaria tomando tração novamente.

Por outro lado, locais “tradicionais” vão se virando: Silverstone apelou para a política de tarifa dinâmica semelhante ao Uber para os ingressos (maior demanda, preços mais altos) e o Automóvel Clube Italiano bate mais uma vez na porta do governo local para garantir verbas visando uma grande reforma na pista e garantir a permanência no calendário após 2024.

Tudo faz parte de um grande quebra-cabeça. A F1 sabe que não pode renunciar a determinados locais, embora reconheça seu caráter mundial, sem deixar de atender as querências de cada promotor. Em tempos de “responsabilidade ambiental”, cada vez mais aumenta a carta do agrupamento geográfico ou da figura de “rodízio de GPs”. Esta ultima modalidade faria a categoria manter o numero de provas, mas atendendo a mais pistas e arrecadando mais.

Com 9 contratos vencendo entre 2024 e 2025 (Interlagos no meio), a Liberty Media vê a grande chance de aumentar os ganhos de qualquer jeito, seja pela vontade de novos organizadores ou pelo medo dos atuais perderem suas vagas.

Parabólica
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