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Fórmula Indy

Penske dá nó tático em si mesma, estraga vida de Newgarden e segue em merecida seca

Na ânsia para finalmente vencer na Indy 2021, a Penske vai se enrolando sozinha e, em um campeonato tão equilibrado, tem mais atrapalhado do que ajudado Josef Newgarden na busca pelo tricampeonato

15 jun 2021 - 04h32
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Josef Newgarden e a Penske não venceram em 2021
Josef Newgarden e a Penske não venceram em 2021
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Oito corridas, nenhuma vitória e a Penske amarga seu pior início de campeonato na Indy desde a temporada 1999. Ainda que venha sofrendo com doses cavalares de azar, especialmente no carro de Will Power, não há justificativa para tamanho sucesso que não a própria incompetência.

Maior equipe do grid, a Penske sempre entra como grande favorita ao título, mesmo quando chega de campeonatos um pouco mais fracos. Em 2020, o desempenho não foi exatamente vistoso, mas o título escapou basicamente porque a Chevrolet estava muito atrás da Honda nos ovais e ali se foram muitos pontos que desequilibraram na conta do duelo Scott Dixon x Josef Newgarden.

Veio 2021 e não seria nem justo colocar a Chevrolet como uma das culpadas por tamanho insucesso. Ainda que a Indy 500 tenha sido complicada de novo por um pouco de falta de potência, a montadora não errou sozinha, tanto que Pato O'Ward e Simon Pagenaud, da própria Penske, brigaram pela vitória com Helio Castroneves e Álex Palou. Da seca atual, vai tudo ou quase tudo na conta da equipe.

Simon Pagenaud vai fazendo uma temporada consistente
Simon Pagenaud vai fazendo uma temporada consistente
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Entre 2016 e 2020, foram nada menos que 42 vitórias. Fazendo um cálculo por aproximação, é quase como dizer que, a cada duas corridas, a Penske vencia uma. No mesmo período, dois títulos com Newgarden, um campeonato de Pagenaud e ainda quatro vices. Uma demonstração de poder absurda que só era contestado pela genialidade de Dixon.

Como que se explica, então, tamanho insucesso no campeonato atual? Um bom caminho é pelas escolhas que a equipe tem feito durante as corridas. Se Scott McLaughlin é um novato que ainda vai aprendendo, se Pagenaud é alguém mais preocupado com regularidade que qualquer outra coisa e se Power é um poço de azar, há ainda Newgarden. E não dá para acreditar que Newgarden ainda não tenha vencido em 2021.

O americano até cometeu seus erros, não vive uma fase tão brilhante quanto a que terminou o ano passado, por exemplo, mas, ainda assim, deveria ter triunfos. No GP de Detroit 2, um exemplo claro de como a Penske, outrora especialista em virar corridas na base da tática, tem se autossabotado.

Josef Newgarden parecia ter espantado a zica com a pole. Parecia…
Josef Newgarden parecia ter espantado a zica com a pole. Parecia…
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Para começo de conversa, só Newgarden largou de pneus duros, o que já não fazia muito sentido. É que os macios estavam praticamente imprestáveis, tudo indicava que durariam meia dúzia de voltas e seriam trocados. O mais comum, então, seria começar com os macios e logo trocá-los para ficar livre na corrida. Ainda mais se tratando de uma pista de rua, em que a chance de uma bandeira amarel a logo de cara é quase de 50%. Penske e Newgarden não quiseram.

A verdade é que, em uma corrida em que Josef fez a pole e liderou quase todas as voltas, ele nunca foi o grande favorito ao triunfo, tudo pela necessidade de usar os macios. Só que tudo ficou ainda pior quando a Penske achou que viria uma amarela por um carro parado de Dalton Kellett na saída dos boxes e resolveu estragar a coisa de uma vez.

Desesperada com a chance - irreal, convenhamos - de amarela, a equipe chamou Newgarden para o pit-stop final bem antes do recomendado. Aí, no fim, foi mais de um terço de corrida com os piores pneus possíveis. A amarela pintou com um erro de Jimmie Johnson com 12 voltas para o fim e aí não havia mais a menor chance de vencer. A Penske tinha dado um verdadeiro nó tático nela mesma.

Josef Newgarden segue atrás da vitória em 2021
Josef Newgarden segue atrás da vitória em 2021
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Sem pneus, Newgarden fez algumas das voltas mais heroicas da carreira e conseguiu um brilhante segundo lugar, atrás só de Pato O'Ward, mas a seca continuou. Estava estampado na cara de Newgarden depois da corrida o descontentamento com o fim da prova e com mais uma derrota.

No fim das contas, a impressão que dá é que a Penske vai sentindo cada derrota e não vai as digerindo nada bem. Na ânsia de acabar logo com uma das maiores secas da história gloriosa do time, a pressa vai virando desespero e, consequentemente, gerando erros.

A Penske pode não ter o melhor carro de sua história, o motor mais potente de todos os tempos, mas o potencial para vencer corridas segue ali. Tempo para triunfar ainda há e até o título continua sendo uma possibilidade. O caminho parece um só: fazer o simples.

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