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Ginástica: Nadia Comaneci

Se tivéssemos que eleger um ícone do esporte feminino, sem dúvida, Nadia Comaneci estaria entre as mais fortes candidatas.

Com suas notas perfeitas nos jogos Olímpicos de Montreal em 1976, a romena revolucionou a percepção e a atenção que as massas de espectadores davam a ginástica. Aos 14 anos de idade, foi a primeira ginasta a alcançar o cobiçado 10 em suas pontuações. E com ele conquistou atenção e o amor de milhares de pessoas ao redor do mundo.

O fenômeno Nadia Comaneci abrangeu milhares de jovenzinhos apaixonados por ela e meninas tentando imitar seus movimentos ou pelo menos adotando seu tradicional penteado de rabo de cavalo.

A menina perfeita

Na sua cidade natal, Onesti, Nadia começou a praticar ginástica sob a supervisão de Valeriu Munteanu e Marta Karolyí. Pouco anos depois, Bela, esposo de Marta, incluiu a menina na sua equipe e com ele tornou a ganhar competições na Romênia. Ingressou no esporte internacional em 1971. Depois de ganhar os títulos pelas apresentações no conjunto de todos os aparelhos em vários torneios, entre eles o campeonato europeu de 1975, Nadia estava pronta para os Jogos Olímpicos.

O primeiro dia de competição dos Jogos Olímpicos, o evento de exercicios obrigatórios por equipe, foi no domingo 18 de julho. Comaneci sentiu sua boa atuação depois que saiu das barras assimétricas e escutou o barulho da multidão, voltando para ver o quadro de pontuações. Este mostrava 1.0, a única maneira que na época se podia anotar uma pontuação perfeita, a primeira vista pelo Jogos Olímpicos e a primeira de sete pontuações perfeitas que teria Comaneci durante esses jogos.

A ginasta ganhou medalha de ouro no conjunto de aparelhos, transformando-se na primeira romena ganhar uma medalha de ouro na ginástica olímpica. No total, Comaneci ganhou 5 medalhas nos Jogos Olímpicos de Montreal, três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Sua carreira continuou com bons resultados nos campeonatos europeus e mundiais. Nos Jogos Olímpicos de Moscou se apresentou com dores ciáticas, sofrendo fortes dores com os movimentos de pernas, mesmo assim conseguiu a medalha de ouro e duas de prata.

Se afastou em 1984, semanas antes do Jogos de Los Angeles, aos quais assistiu como convidada. O governo romeno, liderado então por Nicolas Ceausescu, chegou a temer sua deserção, assim confiscou toda sua correspondência, grampeou seu telefone e restringiu suas viagens. Em novembro de 1989, decidiu fugir da Romênia, de madrugada através de um buraco na cerca de arame, saiu do país sem nenhum pertence. Dirigiu-se a Áustria e pediu asilo a embaixada americana.

Mas o sonho americano não iniciou-se de imediato, pois Constantin Panait, o romeno que a ajudou a fugir em troca de 5 mil dólares, aproveitou-se que ela não falava inglês para ganhar dinheiro as suas custas. Vendeu entrevistas a imprensa, dizendo o que deveria responder e a manteve durante três meses viajando pelos Estados Unidos, trancada em seu quarto ameaçando-a de enviá-la de volta para Romênia.

Foi resgatada por Alexandru Stefu, um treinador de rugby amigo de Bela Karoly, quem os convidou a sua casa em Montreal. Panait sabendo que foi descoberto abandonou Nadia. Em 26 de abril de 1996, Comaneci se casa com um ginasta americano Bart Conner. A cerimônia foi em Bucarest, em sua segunda visita a Romênia depois da deserção. Nadia usava um vestido representativo da região de Moldavia, bordado com 20 mil pérolas. A cerimônia foi presenciada por milhares de romenos, que dividiam a felicidade junto a sua ex-menina prodígio.


Cristina Espinosa / Reforma

versão Patrícia Fook