São Paulo - A Parmalat veio, viu, venceu e se foi. A parceria entre a suíça ISL e o Flamengo faliu. A norte-americana HMTF e a diretoria do Corinthians continuam falando línguas diferentes. Entre tantos insucessos, uma empresa estrangeira ainda acha que dá para ganhar dinheiro com o esporte no Brasil.
Na terça-feira, a liga norte-americana de basquete profissional anunciou em São Paulo um acordo para vender no país mercadorias com a marca da NBA e dos times.
A promessa é ambiciosa. Enquanto procura desesperadamente um canal aberto de TV para transmitir seus jogos -- por enquanto os brasileiros só podem acompanhar o campeonato pela ESPN Internacional --, a NBA promete produtos de boa qualidade e preços acessíveis para conquistar os fãs do esporte no Brasil.
"Vamos combater a pirataria com produtos de boa qualidade e acessíveis a vários níveis econômicos. Não adianta trazer as roupas importadas a 200 reais", disse Arturo Nuñez, diretor geral da NBA na América Latina.
Dado o primeiro passo com a brasileira Imagine Action, empresa do Grupo Maurício de Souza, que adquiriu os direitos da marca NBA no país, a prioridade agora é encontrar uma TV aberta que queira transmitir os jogos.
"A NBA alcança mais de 210 países e estamos negociando com todos os canais brasileiros, Globo, Bandeirantes, Record", explicou Nuñez. "Gostaríamos de transmitir para cá as finais desta temporada, no máximo a próxima".
Jogo no Brasil - Por enquanto, devem ser comercializados produtos de apenas seis equipes -- Chicago Bulls, Washington Wizards, Philadelphia 76ers, Toronto Raptors, Los Angeles Lakers e New York Knicks.
O valor do investimento da liga no país não foi divulgado, mas a NBA pretende focar em primeiro lugar os adolescentes.
"Focalizaremos primeiro no grupo de 12 a 16 anos e posteriormente nos pré-adolescentes e adultos. O investimento vai depender dos parceiros no Brasil", explicou Nuñez.
Para cativar os brasileiros, a NBA está disposta a tropicalizar o marketing de seus produtos.
"Esse é nosso primeiro passo para entender os brasileiros. Não somos ingênuos de achar que algo que funciona na América do Norte vai funcionar em todo lugar", garantiu Andrew Messick, vice-presidente internacional da NBA.
A maior promessa, entretanto, ainda é algo distante para os fãs brasileiros -- a realização de um jogo da pré-temporada da NBA no país.
"Em pouco tempo vai ter jogo no Brasil. Daqui a 18 meses vocês podem me cobrar se não tiver", prometeu Nuñez.
Em outubro de 2000 David Stern, dirigente máximo da NBA, já havia prometido um jogo-exibição na América Latina em 2002, "no máximo em 2003".