Rio - Evaristo de Macedo resolveu aceitar a proposta do Vasco e voltar ao futebol carioca para ficar mais tempo com a família. Foram dois anos em Salvador dirigindo o Bahia, longe da esposa e dos três filhos.

Mas, mesmo no Rio, não há tempo de sobra para ficar com a família: por causa de um pedido da diretoria e o amor pelo futebol, o treinador, além de dirigir o time no Torneio Rio-São Paulo, acompanha todos os jogos do desprestigiado Estadual 2002.

A maratona não é fácil. Desde que chegou ao Vasco, em 4 de janeiro, Evaristo teve apenas um dia de folga, no domingo de carnaval. Só esta semana foram quatro jogos. No último domingo, Evaristo assistiu à vitória sobre o Americano, pelo Rio-São Paulo. No dia seguinte, estava na Rua Bariri escutando brincadeiras de Romário enquanto dirigia o Vasco em nova vitória, agora sobre o Botafogo, pelo Estadual.

Na quarta, o treinador, de 68 anos, viveu fortes emoções contra o Sergipe, na difícil classificação para próxima fase da Copa do Brasil. Menos de 24 horas depois, lá estava Evaristo novamente em São Januário, debaixo de chuva, garantindo a liderança isolada do Estadual após a vitória de 3 a 0 sobre o Olaria.

Mas o treinador não reclama e muito menos se cansa. O trabalho serve para conhecer cada jogador do elenco e ajuda na hora de encontrar saídas para eventuais problemas com o time principal: "É bom para observar. Estou mais perto dos jogadores, convivo com os seus problemas, converso e procuro sempre ajudar cada um deles".

Com duas Olimpíadas na bagagem como treinador do Qatar, Evaristo vê com bons olhos o esforço dos jogadores vascaínos no Estadual. "O campeonato não tem público, interesse. Mas, bem ou mal, põe os jogadores na vitrine. Estou ali observando e para o profissional é ótimo".

O único problema de Evaristo é tentar contornar a marcação firme da família quando chega em casa. "Pelo menos, estou sempre dormindo em casa e vejo todos pela manhã. Já é um bom começo", brincou.

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