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Ronaldinho diz que nunca escondeu nada do Grêmio
Sexta-feira, 16 Fevereiro de 2001, 09h03
Atualizada: Sexta-feira, 16 Fevereiro de 2001, 14h30

Diogo Olivier/Agência RBS

Porto Alegre - O atacante Ronaldinho recebeu a reportagem do jornal Zero Hora em sua casa em Porto Alegre e conversou sobre os seus últimos dias no Grêmio. Sem amarras, falou do que espera de Paris e revelou não conversar com o presidente José Alberto Guerreiro. Explicou os motivos que o levaram a assinar o pré-contrato com o PSG, um deles surpreendente: o medo de o futebol deixá-lo antes de um grande contrato. Contou como encara o litígio com o clube e confessa ter ficado um pouco triste com a reação de torcedores que o chamaram de mercenário.

PERGUNTA – O que você vai fazer a partir de agora?

Ronaldinho – Tirar um pouco mais de férias, jogar pela Seleção. Só vou poder jogar no PSG em julho mesmo...

PERGUNTA – Você vai jogar na Europa ou no Brasil até lá? E se o Clube dos 13 fizer um acordo para ninguém lhe contratar por empréstimo? Não tem medo de ficar sem jogar?

Ronaldinho – Mas que acordo é esse, se quatro clubes daqui já me ligaram? Isso não vai ser problema. Posso jogar fora ou no Brasil. Vamos decidir com calma. Temos tempo.

PERGUNTA – Os seus críticos alegam que você não avisou o Grêmio do pré-contrato com o PSG. Assim, teria enganado a todos.

Ronaldinho – Não enganei ninguém. Quando assinei com o PSG, que me valorizou com uma proposta oficial, preto no branco, o Grêmio foi avisado pelo pessoal que cuida disso para mim (Sérgio Neves e Assis).

PERGUNTA – Quando foi isso?

Ronaldinho – Em dezembro. Não enganei ninguém. Mas cada um diz o que quiser. Se tu recebesse uma proposta para trabalhar no L’Equipe e morar em Paris, não irias? Pô, funciona assim em qualquer profissão!

PERGUNTA – Você acha que vai se dar bem em Paris, uma cidade tão diferente de Porto Alegre?

Ronaldinho – Cara, me diz sinceramente: quem pode se dar mal em Paris? Quem pode não gostar de Paris?

PERGUNTA – Dizem que os estrangeiros são mal recebidos lá.

Ronaldinho – Não é o que o Raí e o Christian me disseram. Vou estar no PSG com o Christian, meu parceirão, e o Vampeta, outro amigo. Ah, é só eu jogar bola e pronto.

PERGUNTA – Ficou mágoa com as vaias da torcida e as críticas?

Ronaldinho – Um pouco de tristeza, pois disseram várias coisas que não são verdade, como eu ter escondido tudo do Grêmio. Isso não é verdade. Mas a minha lembrança vai ser sempre boa, dos gols. Mesmo quando houve vaia, metade do estádio me aplaudiu.

PERGUNTA – Por que assinou o pré-contrato?

Ronaldinho – Porque foi o clube que apareceu e me valorizou. Não posso ficar esperando a vida toda. Ninguém sabe o que vai ser o futuro. Adoro o Grêmio, já provei isso em campo, sou gremista, mas tenho que cuidar do meu futuro. Cada um busca a sua parte.

PERGUNTA – Você tinha medo de deixar passar a chance e ter uma lesão grave, por exemplo?

Ronaldinho – Não digo medo, mas preocupação. E se eu deixo passar a oportunidade e arrebento o joelho em um treino bobo? Quem vai cuidar da minha vida? E se a bola começar a bater na trave, na barreira? Se os gols sumirem? Vou ficar velho ganhando R$ 50 por jogo no Bolamar? É a minha profissão. Amo o Grêmio, mas preciso garantir o meu futuro, como qualquer pessoa.

PERGUNTA – Mas você acha realmente que futebol pode sumir?

Ronaldinho – Pô, é o que mais tem por aí! Tenho vários amigos que tinham futuro promissor e hoje estão em times do Interior, ralando. Ou gente que explodiu, deu uma caída e nunca fez um grande contrato. Tem que aproveitar a chance.

PERGUNTA – E a situação ruim do PSG no campeonato?

Ronaldinho – Ih, só vou jogar lá em julho. Até lá muita coisa pode acontecer.

PERGUNTA – Você acha que os dirigentes tentaram lhe jogar contra a torcida e esconder o fato de não terem lhe oferecido salários como o de Paulo Nunes, Astrada e Amato?

Ronaldinho – Eles podem dizer o que quiserem, respeito cada um. Tu mesmo: pode me criticar, é a tua profissão, não tem problema. Pode me criticar que não vou deixar de dar entrevista ou mesmo tratar mal. Mas não tenho como rebater tudo o que sai. A minha parte é jogar.

PERGUNTA – A informação era de que você tinha sido aumentado para R$ 90 mil pela direção, quando o salário seguia em R$ 40 mil. A direção não negou.

Ronaldinho – Sei disso. E como tu achas que eu me sentia lendo todos os dias que ganhava uma coisa e, na verdade, não recebia nem a metade disso? Pô, as pessoas lá achando que eu já tava ganhando uma fortuna. Quando muitos no Grêmio recebiam muito mais do que eu.

PERGUNTA – E por que você não disse que o salário divulgado estava errado?

Ronaldinho – Eu não tenho que falar nada. Não vou ficar correndo atrás de tudo o que sai na imprensa e não é verdade. Ia enlouquecer assim.

PERGUNTA – Por que não pediu aumento para o Grêmio?

Ronaldinho – Ah, eu não vou ficar pedindo aumento e enchendo os saco o tempo todo, né? Jogo o meu futebol e pronto. Se quiserem me valorizar, tudo bem. Mas isso não aconteceu.

PERGUNTA – Se o Grêmio tivesse lhe procurado há um ano, admitindo a nova Lei do Passe e lhe oferendo o que está na federação, você aceitaria incluir uma cláusula fixando uma indenização para deixar o clube mais tarde?

Ronaldinho – Bá, na hora! Se eu pudesse ganhar aqui o que vou ganhar lá fora é claro que ficaria. Sou gremista, todo mundo sabe disso. Mas não foi o que aconteceu. Meu, os salários estão atrasados no Grêmio. Se não está dando para pagar os salários do pessoal, de onde vai sair dinheiro para uma proposta melhor que a do PSG? A vida é assim mesmo, ninguém tem culpa de nada.

PERGUNTA – Você tem conversado com o presidente José Alberto Guerreiro?

Ronaldinho – Não. Nunca fui de muita conversa, aliás.

PERGUNTA – É verdade que você comprou o bar Chalé, na zona sul?

Ronaldinho – Pô, dizem cada coisa que chego a me espantar. Eu lá tô preocupado em comprar bar, ser dono de bar? Meu lance é jogar bola. Nunca pensei nisso. Ouço cada coisa, tipo o romance com a Feiticeira: quem me dera!!! Mas tudo bem: faz parte.

PERGUNTA – Quem é o seu sucessor no Grêmio?

Ronaldinho – Bá, têm um monte de guri bom. O Tavares (atacante convocado para a Seleção Sub-17)joga muito.

PERGUNTA – Essa não: vais dizer que há muitos Ronaldinhos aparecendo? E o Bruno (meia-direita da Seleção sub-17) que está ganhando os mesmos títulos e troféus conquistados por você nas divisões de base?

Ronaldinho – O jogo dele é todo diferente do meu. Mas acho que é ele sim. Elegante, mete a bola onde quer. E está cada vez mais alto. Pô, 1m86cm já!! Eu tenho só 1m82cm. Joga muito. É craque.

PERGUNTA – E a saudade da turma?

Ronaldinho – A gente se vira. A família eu quero levar todinha, até os meus cachorros. O negão Tinga ficou no Japão um tempo e nós estamos aí, juntos, de novo. O legal é imaginar que, no futuro, vamos estar todos juntos e eu vou poder dizer: deixa que a conta aí do churrasquinho eu pago, pessoal! Só estou pensando no meu futuro.




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