Curitiba - As trajetórias do cabeça-de-área Daniel, no Coritiba, e do meia Lucio Flávio, no Paraná Clube, sempre atraíram a atenção dos torcedores alviverdes e tricolores. Antes pelas boas atuações e atualmente pelas fracas apresentações da dupla nos jogos da temporada 2001.
Lucio Flávio, que foi revelado nas categorias de base do clube, já foi considerado o coração do meio-campo paranista. Com excelentes atuações, Lucio chegou a ser o atleta mais valorizado do Paraná. Foi emprestado ao Internacional por seis meses e teve de voltar por não agüentar as saudades da família.
Daniel chegou ao Coritiba na metade do ano passado. Depois de ter salvado o Alviverde em várias partidas na Copa JH, o volante até chorou com a derrota de 3 a 2 para o São Paulo no Morumbi. E para continuar no Coxa neste ano, o volante abriu mão de cláusulas importantes do contrato para facilitar a compra de seu passe pelo Coritiba.
Agora as coisas não estão bem para os dois ídolos. Daniel, que saiu vaiado no empate em 2 a 2 com o Figueirense, tem bons argumentos para explicar suas más atuações.
”Estamos jogando com outro esquema tático e não tenho mais liberdade de descer ao ataque. Então, a torcida espera meus gols, mas não tenho mais como fazê-los”, afirma o volante coxa-branca.
Na Copa João Havelange, Daniel chegou a ser o artilheiro da equipe durante 12 rodadas. Para ele, as reclamações da torcida são conseqüência dessa boa fase em 2000.
”A torcida só lembra dos momentos bons do jogador. Eles não entendem as dificuldades que passamos. Mas uma hora ou outra eles vão entender. É só ter paciência”, acredita o volante.
No final do ano, após a eliminação na Copa JH, Daniel passou por uma cirurgia de varicocele. O volante ficou um mês em tratamento, mas diz que isso não interfere.
”Se eu joguei mal, não tem nada a ver com a cirurgia. Já estou bem, não estou sentindo mais nada de dores”, completa.
O técnico Ivo Wortmann considerou Daniel o jogador com a cara do novo Coxa. No entanto, contra o Figueirense, o volante símbolo do Coritiba acabou substituído.
”Sou um cara autocrítico. Sei que posso render mais, que não estou em boa fase. Mas sei que tenho que melhorar e vou melhorar”, garante.
Daniel, que no início da temporada demonstrou interesse em ser capitão da equipe, hoje crê que todos são líderes no grupo.
”Naquela época a equipe era diferente. Agora chegaram outros jogadores com liderança e todos têm a mesma responsabilidade”, finaliza o volante.