Londres - A disputa entre Pelé e Maradona pelo título de melhor jogador do século já chegou na Europa. "Os brasileiros estão lívidos e os argentinos exultantes com a possibilidade de Diego Maradona superar Pelé numa eleição realizada pela Fifa para escolher o futebolista do século", afirmou hoje o diário britânico The Independent. "Os argentinos, após uma reportagem publicada num jornal espanhol nesta semana, estão entusiasmados com a possibilidadade de obter mais uma famosa vitória sobre os seus maiores rivais do esporte."

O The Independent ressaltou que, no entanto, numa reviravolta, talvez nenhum dos dois ganhe a distinção pois a Fifa parece que vai se limitar a escolher o melhor jogador da década passada. O anúncio do resultado da premiação, que consiste numa votação com torcedores de todo o mundo através da internet e de um corpo de jurados da Fifa, é aguardado para a semana que vem, durante a cerimônia de gala do ´Melhor Jogador do Mundo´, a ser realizada em Roma.

Mas numa confusa declaração divulgada em sua homepage ontem, a Fifa afirmou que vai comemorar o final do século 20 premiando o melhor jogador, a melhor jogadora, o melhor clube da última década. O diário britânico disse que não nenhum diretor da Fifa pode confirmar se os critérios mudaram. "Mesmo assim, os argentinos estão convencidos de que o homem que inspirou o sucesso do país na Copa do Mundo de 1986 está prestes a ser coroado." "Diego já está comemorando e escolhendo as roupas que vai vestir na cerimônia", disse o diário esportivo argentino Ole na quarta-feira. "Pelé e todo o Brasil estão chorando porque Maradona venceu a eleição."

O jornal britânico afirmou Maradona, "segundo comenta-se por aí", considera Pelé sobrevalorizado. ´Esse é o prêmio mais importante que eu já recebi, juntamente com um boné que Fidel Castro me deu", disse Maradona, segundo o The Independent. "Eles falam que ele disputou copas do mundo mas ninguém explica que ele não jogou em 1962 e na Inglaterra em 1966, quando jogou apenas uma partida e meia. Eles estão me julgando pelos 12 anos que eu joguei na Europa , uma coisa que Pelé não fez. Vamos ser sérios: não me comparem com Pelé."

Agência Estado