Campinas - A vitória na noite de quinta-feira sobre o Santos por 3 a 2, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, além de deixar o Guarani bem próximo da vaga para a fase decisiva do Copa João Havelange, foi uma espécie de vingança do técnico Carlos Alberto Silva contra o ex-clube.

Ao final do jogo, quase sem voz, o treinador disse da mágoa que sentiu ao ser demitido, pelo telefone, por um dos dirigentes da equipe santista durante a disputa do Campeonato Paulista, no primeiro semestre.

Silva ficou sabendo que não era mais o treinador da equipe santista através de uma emissora de rádio, que na oportunidade entrevistava o dirigente. "Tenho 32 anos de profissão, merecia mais consideração, pois não fui tratado com dignidade", afirmou o treinador, que não revelou quem o teria demitido, após colecionar vários resultados negativos.

"Eles poderiam ter esperado um pouco mais para me dispensar", acrescentou.

O desabafo do treinador, que dirige o Guarani pela sexta vez, foi logo superado pela euforia dos jogadores, que comemoraram a vitória sobre o Santos como se fosse a conquista de um título. O time, que ficou uma série de 11 jogos sem vencer no início da competição, reagiu e chegou aos 35 pontos. Agora está em uma situação até confortável, pois precisa apenas do empate diante do Palmeiras, no Palestra Itália, domingo, para ficar com a vaga.

"Empate, que nada, vamos lutar pela vitória", disse o goleiro Gléguer, um dos menos vazado da competição, ao sofrer apenas 27 gols em 23 jogos. O segredo para o sucesso ao perder apenas um dos 14 últimos jogos? "Este time é uma como se fosse uma família, um respeita a opinião contrária do outro", comparou o treinador, que substituiu Dario Pereyra, que fora demitido por causa dos maus resultados.

A ascensão do Guarani foi fulminante. A boa performance surpreendeu até os mais otimistas dos torcedores. O time fez o que parecia ser impossível, ao vencer os quatro últimos jogos que disputou: Ponte, Vitória e Gama, todos por 2 a l, além do Santos por 3 a 2. A situação é confortável que a derrota até pode garantir a vaga, desde que o Botafogo ou o Grêmio não vençam seus adversários na últimas partidas, mas ninguém no clube pensa nisso.

Agência Estado