São Paulo - A idéia de fechar um contrato de parceria visando exclusivamente as categorias de base está ganhando cada vez mais força no São Paulo. O principal defensor deste modelo é um bloco de 15 conselheiros independentes, que está angariando a simpatia de membros da situação e oposição do Tricolor.

Para eles, as atuais parcerias vigentes no futebol, que controlarm a marca dos clubes e acabam participando - direta ou indiretamente - de negócios com jogadores, representam um perigo, se forem atreladas apenas ao profissionalismo. "Corinthians e Palmeiras são exemplos disto", observou o conselheiro vitalício José Paulo Leal, um dos líderes do movimento.

Na opinião de Leal, que foi diretor jurídico e hoje assessora a presidência do clube, empresas e fundos de investimentos não são os melhores parceiros para os clubes. "As agremiações se entregam de corpo e alma e, quando o parceiro puxa o tapete, ficam abandonadas," disse, referindo-se à má campanha corintiana na temporada e ao corte de despesas no Palmeiras com o fim da parceria com a Parmalat.

Foi um recado direto ao presidente Paulo Amaral, que esteve ontem no Centro de Treinamentos para acompanhar a preparação do time nesta reta final da Copa João Havelange. Leal contou que 15 membros do Conselho Deliberativo já aderiram à proposta. Segundo ele, o novo parceiro deveria chegar para aprimorar o que o São Paulo sempre teve como um de seus principais alicerces: a revelação de jogadores.

Além da ampliação do Centro de Treinamentos do São Paulo, o sistema teria por base o intercâmbio com cidades do interior paulista e clubes da capital, que cederiam um grande número de jogadores para o Tricolor, em troca de melhorias em suas dependências.

Como exemplo ele citou o Ajax, da Holanda, que disse ter cerca de 20 equipes de Juniores e, a cada ano, costuma revelar dezenas de jogadores para a seleção nacional. "Poderíamos atingir este objetivo."

A partida contra o Juventude, no domingo, foi antecipada das 18h30 para as 16 horas. Para o técnico Levir Culpi, que não contou com Souza, contundido no joelho esquerdo, no treinamento desta quarta-feira, esta mudança não deverá atrapalhar a equipe. "Quem sai prejudicado é o torcedor." Segundo Levir Culpi, a presença do presidente no Centro de Treinamento é importante para dar mais confiança ao grupo. "Ainda não conversei com ele, mas o respaldo da diretoria sempre é bem-vindo."

Agência Estado