São Paulo - O presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, ganha prestígio dentro do clube a cada ano que passa e vai se perpetuando no poder. Conseguiu unir os conselheiros e praticamente não tem oposição. Com isso, não terá nenhuma dificuldade para ser reeleito e permanecer comandando do Alviverde por mais dois anos.
As eleições ainda não estão marcadas, mas ocorrerão no fim do ano ou nos primeiros dias de janeiro. Mustafá iniciará, em 2001, seu quinto mandato no Palmeiras e, ao final dele, completará dez anos no poder, um recorde no clube. Por enquanto, não tem nenhum concorrente. Afinal, segundo estimativa dos conselheiros, ele tem cerca de 95% de aprovação.
O único homem forte que faz oposição é Seraphim del Grande, vice-presidente de Futebol entre os anos de 93 e 98. Seraphim queria, de qualquer maneira, ser presidente do clube e esperava ter o apoio de Mustafá. Não conseguiu e acabou sendo concorrente do atual presidente. Por isso, tornou-se opositor e levou consigo alguns conselheiros. Mesmo assim, não representa uma ameaça. "Se houver 5% de oposição, é demais, porque ele foi responsável por um movimento pacificador", garante Ébem Gualtieri, conselheiro vitalício. "Ele deve ganhar as eleições com tranqüilidade."
Pelo estatuto da grande maioria dos clubes, o presidente não pode se reeleger mais de uma vez. No Palmeiras também era assim no início da década. Em dezembro de 1994, contudo, em movimento liderado por Mustafá, o estatuto acabou sendo modificado. Ele teve o apoio de quase a totalidade dos conselheiros para conseguir o objetivo. Atualmente, não existe limite de mandatos.
Mustafá assumiu a presidência em 93 e depois foi reeleito em 95, 97 e 99. Teve a sorte de entrar no clube contando com um parceiro forte, a Parmalat, que deixa o Palmeiras no fim do ano. O contrato com a empresa havia sido assinado no ano anterior, pelo então presidente Carlos Bernardo Facchina Nunes.
Alguns conselheiros chegam a dizer que Mustafá só conseguiu fazer o nome por causa da multinacional. Nesse tempo, ganhou inúmeros títulos, entre eles três Campeonatos Paulistas e dois Brasileiros, quase sem precisar mexer no caixa do Palmeiras. Por isso, o clube acumulou cerca de R$ 50 milhões nos cofres para investimentos.
Mustafá ganhou força também no Clube dos 13. É vice-presidente e tem chances de suceder Fábio Koff. As eleições ocorrerão em dois anos. Seu principal desafio, contudo, será o de "driblar” o vice de Futebol do Vasco, Eurico Miranda, com quem não tem bom relacionamento. "A tendência é que o Fábio Koff permaneça, porque não queremos nenhum presidente de clube comandando também o Clube dos 13", afirmou o vascaíno. "E, depois, o Mustafá não está tão forte assim."