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Conselheiro do Palmeiras contesta versão de Luxemburgo
Segunda-feira, 23 Outubro de 2000, 21h09

São Paulo - O empresário Eduardo Sakamoto, pivô do episódio em que o técnico Wanderley Luxemburgo recebeu um cheque seu no valor de R$ 50 mil, já intermediou transferência de jogadores brasileiros para o Japão e até ajudou no repatriamento de alguns deles: o negócio com Zinho, César Sampaio e Evair, cujos passes foram comprados pelo Yokohama Flugels da parceria Palmeiras/Parmalat, no fim de 1995, contou com a participação de Sakamoto.

No domingo, participando do programa “Cartão Verde”, da TV Cultura, Luxemburgo havia afirmado que Sakamoto não participava de negociações com jogadores.

Na época das transferências dos três atletas, Luxemburgo estava deixando o Palmeiras para trabalhar no Santos. Posteriormente, o empresário japonês, que tem escritório no bairro da Liberdade, reduto da colônia japonesa em São Paulo, também intermediou a volta de Zinho e César Sampaio para o Palmeiras. O meia Zinho retornou em 1997 e o volante César Sampaio, em 1999.

Sakamoto é dono da empresa de viagens “Halle Lujah”, especializada em organizar vôos para o Japão. Sua empresa tem ligações com a All Nipon Air Line (ANA), do mesmo ramo de atividade. Esta empresa, a ANA, na época da transferência dos três jogadores para o Japão, patrocinava o Yokohama Flugels. Por esta razão, Sakamoto, era uma espécie de representante do clube japonês no Brasil.

O nome de Sakamoto era bastante comentado na época, segundo o conselheiro Seraphim del Grande, que foi diretor de futebol do Palmeiras durante todo o período em que Luxemburgo foi o técnico do time. Para ele, que disse não ter visto o empresário pessoalmente, Sakamoto era uma pessoa presente no meio futebolístico. "Ouvia que ele fazia negociação de jogadores," disse.

O conselheiro do Palmeiras ressaltou, no entanto, que os dirigentes do clube jamais negociavam com empresários, preferindo conversar diretamente com os representantes dos clubes. Segundo ele, as negociações com Zinho, César Sampaio e Evair ocorreram no escritório da Parmalat, sem a sua presença. "Sei que havia representantes da empresa e do Yokohama, pode ser que o Sakamoto estivesse lá."

CPI - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), disse nesta segunda-feira que as declarações de Luxemburgo na imprensa não o eximem de depor na CPI. "Ele estará sujeito a outras regras, como de não prestar falso depoimento."

Agência Estado


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