São Paulo - O artilheiro Dill, do Goiás, pode ser o primeiro grande reforço do Corinthians para a temporada de 2001. Os contatos entre os dois clubes já foram estabelecidos por meio de um empresário, mas as negociações deverão deslanchar só depois da Copa João Havelange. A estratégia é óbvia: preservar os interesses de Corinthians e Goiás na competição e poupar o próprio jogador em questão, que vive um momento excepcional e poderia perder a concentração diante da perspectiva de uma transferência para um clube de ponta como o Corinthians.
O diretor de futebol Carlos Nujud considera o momento impróprio para falar em contratações. Mas ele admite que o clube está catalogando jogadores jovens e de grande potencial que possam vir a ser contratado pelo Corinthians no ano que vem. "Não vou citar nomes, mas nós já temos cadastrados vários jogadores cujo perfil técnico se encaixariam aos interesses do Corinthians. Mas, daí a contratá-los, ainda há um espaço muito grande".
A contratação de Dill ou de qualquer reforço para a temporada 2001 vai depender fundamentalmente da venda de algum jogador para o mercado externo. Com o prejuízo de quase R$ 12 milhões com o futebol profissional corintiano que a Hicks Muse deve registrar em dezembro, novas contratações só serão feitas com novas receitas - no caso, a venda de algum jogador.
Boa parte do dinheiro que a empresa está recebendo parceladamente com a venda de Edílson ao Flamengo (US$. 7,5 milhões, em 10 vezes) e de Vampeta à Inter de Milão (US$ 15 milhões, em três prestações semestrais de US$ 5 milhões) será destinada para cobrir o déficit financeiro deste ano. O resto já está comprometido com os investimentos que foram feitos nas contratações de Müller, Scheidt, Assis, Rogério, Pereira e o desconhecido Ávalos.
Dos jogadores com bom mercado no exterior, só Luizão, Ricardinho e Edu têm perspectivas de boas propostas. O problema é que dos três, apenas Luizão pertence à Hicks Muse. Os outros são do Corinthians, e por isso mesmo não há garantias de que o presidente Alberto Dualib vá concordar em reinvestir tudo no Departamento de Futebol. Aliás, na época em que Edu chegou a ser negociado com o Arsenal, há três meses, Dualib deixou claro: só reinvistiria em contratações parte do dinheiro. A outra seria destinada à conclusão da sede social.
As chances de Luizão sair também são grandes. O Corinthians já recebeu uma sondagem de um clube inglês, que estaria disposto a pagar US$ 12 milhões pelo atacante. Se essa proposta se confirmar, a Hicks não vai ter como segurar Luizão no Parque São Jorge. Menos mal se a contratação de um substituto estiver alinhavada. Daí o interesse do Corinthians por Dill.