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A pedra foi descoberta na região do Monte do Templo, que é controlada por muçulmanos que vivem em Jerusalém. Foi vendida no mercado negro para um colecionador que em 2002 havia levado a peça para ser examinada. Neste exame, foi identificado que a inscrição datava do século IX a. C., que coincide com o reinado de Joás.

Consta na pedra o relato dos procedimentos de reparos do Templo, onde lê-se que o rei israelita Joás instruiu os sacerdotes para que recolhessem dinheiro para reformar o Primeiro Templo de Jerusalém, construído no reinado de Salomão. Nas quinze linhas, lê-se na primeira pessoa, os planos do rei Joás (este episódio está no Capítulo 12, do Segundo Livro dos reis, da Bíblia).

O arqueólogo Gabriel Barkai, da Universidade Bar-Ilan, declara: "esta pedra (do tamanho de um caderno escolar), é considerada a mais antiga prova de um relato bíblico já encontrado. Se a inscrição passar pelos testes de autenticidade, será o mais importante da arqueologia de Israel".

Caso o bloco de pedra tenha realmente ligação com o Templo de Salomão, o governo de Israel deseja reivindicar o Monte do Templo, que é sagrado para judeus e muçulmanos.

Os estudiosos desejam que a descoberta não seja mais um estopim para guerra. Para entender como este assunto é delicado, é bom lembrar que em 2000 Ariel Sharon visitou o Monte do Templo. A visita foi predominante para o atual conflito entre palestinos e israelenses.

Monica Bounfiglio