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China impõe medidas contra Google e outras empresas dos EUA

Pequim também impôs tarifas sobre produtos norte-americanos como carvão, petróleo e alguns automóveis

4 fev 2025 - 08h45
(atualizado às 10h02)
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Sede do BC da China em Pequim
28/09/2018. REUTERS/Jason Lee/File Photo
Sede do BC da China em Pequim 28/09/2018. REUTERS/Jason Lee/File Photo
Foto: Reuters

A China anunciou uma ampla gama de medidas nesta terça-feira visando empresas dos Estados Unidos, incluindo o Google, fabricantes de equipamentos agrícolas e o proprietário da marca Calvin Klein, minutos depois que novas sobretaxas de importação impostas pelo governo de Donald Trump entraram em vigor sobre produtos chineses.

Pequim também impôs tarifas sobre produtos norte-americanos como carvão, petróleo e alguns automóveis.

A Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China disse que o Google é suspeito de violar a lei antimonopólio do país e que uma investigação foi iniciada de acordo com a lei. O órgão não forneceu mais detalhes sobre a investigação ou sobre o que o Google teria feito para violar a lei.

Os produtos do Google, como seu mecanismo de busca, são bloqueados na China e sua receita proveniente desse país representa cerca de 1% do faturamento global. A empresa ainda trabalha com parceiros chineses, como anunciantes.

Em 2017, o Google anunciou o lançamento de um pequeno centro de inteligência artificial na China. Mas o projeto foi dissolvido dois anos depois e a empresa não realiza pesquisas de IA na China, afirmou a companhia em comunicado.

Separadamente, o Ministério do Comércio da China disse que havia colocado a PVH Corp, a holding de marcas como Calvin Klein e Tommy Hilfiger, e a empresa de biotecnologia norte-americana Illumina em uma lista de "entidades não confiáveis".

O órgão afirmou que as duas empresas promoveram o que chamou de "medidas discriminatórias contra empresas chinesas" e "prejudicaram" os direitos e interesses legítimos de companhias chinesas.

As empresas incluídas na lista negra da China podem ser condenadas a multas e a uma ampla gama de outras sanções, incluindo o congelamento do comércio e a revogação de permissões de trabalho para funcionários estrangeiros.

Representantes do Google, PVH e Illumina não comentaram imediatamente o assunto fora do horário comercial dos EUA.

A PVH já estava sendo examinada pelos órgãos reguladores chineses por causa de uma conduta "imprópria" relacionada à região de Xinjiang..

"As tarifas poderiam ser adiadas ou canceladas antes de entrarem em vigor... A investigação contra o Google pode ser concluída sem nenhuma penalidade", disse a Capital Economics.

Tesla e maquinário agrícola 

A China também anunciou tarifas de 10% sobre as importações de equipamentos agrícolas dos EUA, o que afeta empresas como Caterpillar, Deere & Co e AGCO, bem como um pequeno número de picapes e sedãs com motores grandes enviados dos EUA para a China.

Isso pode se aplicar à Cybertruck, da Tesla, que aguarda a liberação regulatória para iniciar as vendas na China.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China designou a Cybertruck como um "carro de passeio" em uma publicação em dezembro que foi rapidamente excluída. Se a picape elétrica da Tesla fosse considerada desta forma, o veículo teria que enfrentar sobretaxa de 10% para ser vendido na China.

A Tesla não comentou o assunto. O presidente da montadora é o bilionário sul-africano Elon Musk, que trabalha para o governo de Donald Trump.

As novas tarifas sobre os produtos norte-americanos entrarão em vigor em 10 de fevereiro, informou o ministério.

Os anúncios feitos nesta terça-feira aumentaram as restrições comerciais entre Pequim e Washington, que até agora vinham sendo limitadas ao setor de tecnologia, uma vez que a Casa Branca tenta frear o desenvolvimento da China nas indústrias de chips e inteligência artificial.

Em dezembro, a China anunciou uma investigação sobre a Nvidia por suspeita de violação da lei antimonopólio do país, uma investigação amplamente vista como retaliação contra as últimas restrições de Washington ao setor de chips chinês.

Os produtos da Intel vendidos na China também foram chamados para uma revisão de segurança no final do ano passado por um influente grupo do setor chinês.

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