Os suecos, normalmente considerados na Europa com um povo de classe média com bom padrão de vida, estão mais pobres que os afro-americanos, o grupo mais desprovido economicamente nos Estados Unidos, mostrou neste sábado um estudo sueco.O estudo, feito por um lobby do setor varejista, publicado no jornal liberal Dagens Nyheter 19 semanas antes das próximas grandes eleições gerais, faz eco às críticas da oposição de centro-direita ao estado enfraquecido da economia da Suécia depois de décadas quase ininterruptas de governo social democrata.
O Instituto de Pesquisa de Comércio da Suécia (HUI, em sueco), disse que comparou as estatísticas oficiais dos EUA e da Suécia referentes à renda familiar, ao Produto Interno Bruto, consumo privado e gastos per capita no varejo entre 1980 e 1999.
Usando preços fixos e informações ajustadas de poder de compra, a renda média familiar na Suécia no final da década de 1990 era o equivalente a 26,8 mil dólares ante uma média de 39,4 mil dólares das famílias norte-americanas, mostrou o estudo da HUI.
"Fraco crescimento significa que a Suécia perdeu muito em prosperidade comparada aos Estados Unidos", disseram o presidente da HUI, Fredrik Bergstrom, e o economista-chefe Robert Gidehag.
Informações do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2001 mostram que o PIB dos EUA per capita em dólar foi 56 por cento maior que o da Suécia, enquanto que em 1980 o PIB sueco per capita era 20 por cento mais alto.
"Os negros, que têm a renda mais baixa nos Estados Unidos, agora têm um padrão mais alto de vida do que uma família sueca normal", disseram os economistas da HUI.
Se a Suécia fosse um estado dos Estados Unidos, ela seria o mais pobre em termos de renda bruta familiar antes do pagamento de impostos, afirmaram Bergstrom e Gidehag.
Eles disseram que escolheram esta medida de comparação para escapar das diferenças em taxação e estrutura de bem-estar social.
A renda média das famílias afro-americanas é cerca de 70 por cento da média de todas as famílias norte-americanas, enquanto as famílias suecas ganham 68 por cento do nível médio norte-americano geral.
Isso significa que os suecos ficaram "abaixo de grupos que no debate sueco normalmente são considerados como os pobres e perdedores da economia norte-americana", disseram Bergstrom e Gidehag.
Entre 1980 e 1999, a renda bruta das famílias mais pobres na Suécia aumentou apenas seis por cento, enquanto os mais pobres nos Estados Unidos tiveram um aumento três vezes maior, mostrou o estudo.
Se a tendência persistir, "coisas consideradas comuns nos EUA serão tidas como luxo na Suécia", disseram os autores. "Ainda não estamos lá, mas a tendência é clara".
Segundo recentes pesquisas de opinião, os sociais democratas suecos estão confortavelmente na frente da oposição de centro-direita nas intenções de voto para as eleições de 15 de setembro.