O Instituto Geofísico do Equador e a Cruz Vermelha Equatoriana (CRE) manifestaram hoje preocupação com o ambiente de excessiva tranqüilidade que vive a turística cidade de Baños, próxima ao vulcão andino Tungurahua, enquanto o mesmo registra um aumento de atividade desde o início de agosto.O vulcão, que iniciou um processo de erupção em outubro de 1999, registra um aumento da atividade desde o início do mês, com abundantes emissões de vapor de água e de cinza vulcânica.
Baños, de 14 mil habitantes, não foi afetada pelo último episódio vulcânico, e todas as atividades, especialmente as turísticas, se desenvolvem em um ambiente de total tranquilidade e plena normalidade.
"Aqui não acontece nada". Essa é a frase mais comum dos proprietários de restaurantes e hotéis, que registraram um aumento no número de visitantes interessados em presenciar o espetáculo das explosões do Tungurahua.
O Instituto Geofísico e a CRE expressaram este domingo sua preocupação diante desse excesso de tranquilidade, que pode afetar a segurança da população.
Hugo Yépez, diretor do Geofísico, disse à AFP que "diante deste tipo de fenômeno natural é necessário que a população permaneça consciente do risco que corre e que as autoridades estejam preparadas para uma eventual evacuação".
Yépez afirmou que os habitantes de Baños "mostraram, nas últimas semanas, resistência à idéia de que eventualmente terão que evacuar, porque em 1999 não ocorreu uma erupção violenta como se previa".
O chefe de socorro da CRE, Daniel Arteaga, concorda com Yépez, ao destacar que "a tranquilidade que se vive em Baños pode ser perigosa".
"Essa tranquilidade se baseia em uma falsa segurança, porque não sabemos como a situação vai evoluir", declarou Arteaga.