A China deu grandes passos no cenário internacional neste ano, aumentando sua importância econômica e diplomática e realizando um desejo do governo de tornar-se uma figura importante do jogo de forças mundial. Com uma velocidade impressionante, a China, saída de um regime fechado como o da Coréia do Norte há apenas 20 anos, abraçou a globalização. O rápido crescimento de um mercado destinado a se tornar um dos mais atrativos do mundo depois de o país ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC) chamou a atenção de investidores, que apostam alto na reforma da economia do país.
"Líderes chineses como o presidente Jiang Zemin e o primeiro-ministro Zhu Rongji apostaram de forma clara na globalização como a melhor maneira de manter as reformas progredindo", disse Cao Siyuan, principal consultor para falência do país.
Ao mesmo tempo, porém, as medidas tomadas para ingressar na OMC, a participação em esforços diplomáticos na Ásia e o desejo do país em abrigar os Jogos Olímpicos de 2008 expuseram a China a um exame nunca antes feito.
No próximo ano, o gigantesco e pouco eficiente sistema legal do país, os processos de tomada de decisões administrativas e o desrespeito aos direitos humanos podem ser examinados mais de perto devido ao aprofundamento dos laços do país com a OMC.
"A China deve deixar de falar as falas da globalização para praticar a prática da globalização", afirmou um diplomata que trabalha em Pequim (capital) e que não quis ser identificado. Neste ano, a China conteve a inflação após uma batalha de mais de dois anos, colocou-se às portas de ingressar na OMC e deve bater seu recorde de crescimento anual, com 8 por cento.
No terreno da diplomacia, a China participou dos esforços que tiraram o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il, do isolamento, realizou encontros com a Rússia e outros países da Ásia Central para ajudar a combater movimentos separatistas e reverteu a tendência de afastamento do Japão.