A recém-iniciada negociação entre Chile e Estados Unidos para um acordo de livre comércio não muda o panorama econômico da região nem representa uma traição ao Mercosul, disse hoje o embaixador chileno em Brasília, Carlos Eduardo Mena.Em entrevista à imprensa, o diplomata recordou que seu país "está negociando há dez anos com os Estados Unidos" e que esta aproximação não impede que o Chile se incorpore plenamente ao Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) quando o bloco comercial reduzir sua Tarifa Externa Comum (TEC). Atualmente a TEC do Mercosul se situa em 14%, a chilena, em 9% podendo baixar para 6% em 2003. "Sempre deixamos claro que manteríamos nossa autonomia comercial enquanto o Mercosul negociasse com uma tarifa externa maior que a nossa. Quando estas tarifas se igualarem, nos uniremos ao bloco", afirmou.
O embaixador chileno recordou que 50% da economia de seu país depende das exportações e, por isso, Santiago deseja continuar se aproximando do Mercosul para enfrentar a concorrência internacional.
Segundo o diplomata, a associação Chile-Estados Unidos porá à prova a futura Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que se concretizará em 2005. "Os países da região poderão ver como serão as negociações e o tipo de acesso (aos mercados) que teremos", explicou.
No entanto, o chanceler brasileiro Luiz Felipe Lampreia deixou claro que Chile terá que escolher se quiser caminhar junto ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte ou junto ao Mercosul no caminho para a criação da Alca.