As barreiras comerciais, que limitam os intercâmbios dos países emergentes e fream seu crescimento econômico, não são iniciativas apenas dos países industrializados mas também dos países em desenvolvimento, destacou Uri Dadush, autor de um informe do Banco Mundial publicado hoje. "O informe aponta para o fato de que muitas destas barreiras que limitam os intercâmbios comerciais são levantadas entre os próprios países em desenvolvimento, além das já impostas pelos países industrializados", sustentou Dadush, diretor de Política Econômica do Banco Mundial (Bird), numa entrevista à AFP."Além disso, as barreiras dos países emergentes em relação aos outros países em desenvolvimento são levantadas onde é prejudicial, ou seja, nos produtos agrícolas, têxteis e produtos manufaturados de alta intensidade de trabalho", disse Dadush, acrescentando que estas barreiras comerciais entre os países emergentes "estão bastante generalizadas".
Ainda segundo ele, no ano 2000, o avanço do comércio mundial constituiu o motor do crescimento na maioria dos países, implicando bons resultados em nível mundial.
Em seu informe, o Bird destaca que "as elevadas barreiras impostas ao comércio pelos países industriais às importações agrícolas e agroalimentares, assim como as subvenções agrícolas, explicam, em parte, a relativa mediocridade dos resultados das exportações destes produtos dos países em desenvolvimento".
O economista do Bird se negou a especificar os países industrializados mais fechados em relação aos países em desenvolvimento. A União Européia (UE) - disse Dadush - tomou a "formidável iniciativa" de eliminar as barreiras comerciais que apontam os 48 países menos desenvolvidos, que sejam reconhecidos como tal pela ONU.