A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão desta terça-feira registrando a segunda maior alta do ano, de 4,97%, aos 14.187 pontos, impulsionada pelo otimismo trazido pelas declarações do chairman do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Alan Greenspan. A maior alta anterior no fechamento este ano foi registrada em 2 de junho, de 4,99%, com 16.222 pontos.
O Ibovespa chegou a bater o recorde do ano no fechamento preliminar, com alta de 5,02%, mas recuou levemente após o registro de todos os boletos de operações.
A recuperação do mercado, que ainda amarga no ano uma queda acumulada de 17%, foi motivada pelas declarações do presidente do Fed, Alan Greenspan de que a economia norte-americana desacelerou "significativamente".
A mensagem foi lida pelos operadores como um sinal de que os juros norte-americanos poderão ser reduzidos nos próximos meses.
"O aperto na taxa de juros agora acabou, e fica a expectativa do 'timing' de reduzir os juros... Se não fosse a indefinição da eleição americana talvez a redução viesse agora", disse um operador no Brasil.
"Pelo menos o viés deve mudar na próxima reunião do Fed, o que pode contaminar também o banco central brasileiro que se reúne no próximo dia 20 para discutir os juros", disse um operador referindo-se à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O clima de otimismo foi moderado, já que o volume não acompanhou com a mesma força a melhora do índice. Ainda assim, os R$ 534,502 milhões foram quase o dobro do volume de segunda-feira, de R$ 285,3 milhões, o pior do ano.
As ações mais beneficiadas na Bovespa foram as de telecomunicações, depreciadas nos últimos pregões pelo temor da alta dos juros, o que poderia comprometer seus resultados financeiros.
As ações ordinárias da Tele Celular Sul subiram 10,9%, a Telemar ON subiu 10,8% e a Brasil Telecom ON teve alta de 10,1%.
As ações preferenciais da Telemar foram as mais negociadas, correspondendo a 14,4% do volume total, e subiram 4,42%.
Além das teles, a Acesita, também mostrou bom desempenho, liderando as altas no fechamento e subindo 11,9%, seguida pela Light em alta de 11,6%.
As maiores quedas foram verificadas em empresas que de alguma maneira estão envolvidas em processos de privatização, como as ações preferenciais da Cesp, que lideraram a queda com 6,9%, devido à desistência das empresas pré-identificadas para o leilão de privatização, que estava previsto para quarta-feira mas foi adiado.
Também amargaram perdas as ações preferenciais da Copene, com leilão marcado para 14 de dezembro, e os papéis preferenciais do Banespa, com a expectativa de fechamento de capital da empresa, disseram operadores.